Indústria brasileira apoia governo no avanço de negociações sobre livre mercado de carbono global durante a COP-24

País defende Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável como estratégia para aumentar a participação do setor privado na redução das emissões

Marcelo Thomé, da CNI: Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável é positivo por permitir livre fluxo de crédito de carbono

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende a manutenção do Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável (MDS) nas regras de implementação do Acordo de Paris, firmado em 2015 e que prevê metas para redução de emissões de gases de efeito estufa. Segundo a instituição, o MDS permitirá o livre mercado de carbono entre os países e poderá aumentar participação do setor privado na captação de investimentos para a redução de emissões.

Esse mecanismo, que é apoiado pelo governo brasileiro nas negociações desta semana na 24ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP-24), em Katowice, na Polônia, está sendo questionado por países que têm interesse em fortalecer o mercado de carbono regional.

De acordo com o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Marcelo Thomé, a quebra desse ponto do Acordo poderá prejudicar os investimentos para a consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono. “O MDS é positivo porque permite o livre fluxo de crédito de carbono entre países de forma geral e o pagamento pelos resultados de redução de emissões, o que torna investimentos mais atrativos, sobretudo em países em desenvolvimento”, destacou.

Ministro Edson Duarte se reuniu com representantes empresariais nesta quinta-feira (13) durante a COP-24

No documento Contribuição da Indústria para a Agenda de Financiamento Climático, que foi entregue pela CNI ao governo, a entidade defendeu regras claras e justas para a transição ao MDS que garantam segurança jurídica para atração de investimentos do setor privado em projetos de redução de emissões. A posição da entidade foi reforçada em reunião com o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, nesta quinta-feira (13).

O encontro contou ainda com a presença de representantes dos Ministérios de Relações Exteriores (MRE) e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), da União da Indústrias de Cana-de-Açúcar (UNICA), do Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

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