Empresas cobram mais compromisso do governo com responsabilidade social

Empresários estrangeiros abordam a importância de que a responsabilidade social esteja no DNA das empresas, independentemente de incentivos governamentais

"Precisamos de um compromisso da presidente e do governo de que a sustentabilidade está no centro das estratégias de negócios das empresas” - Jorge Abrahão

O governo brasileiro precisa ter um compromisso com a sustentabilidade e com a responsabilidade social empresarial. Do contrário, mesmo que as empresas queiram conduzir programas nesse sentido, as dificuldades são tantas que muitas delas desistem no meio do caminho. A cobrança foi feita nesta quinta-feira (10) pelo presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Jorge Abrahão, durante o seminário Sustentabilidade como vantagem competitiva promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Embaixada da Holanda no Brasil, em São Paulo. 

Questionado por um participante holandês de por quê o Brasil não tem um órgão específico para incentivar as práticas sociais e sustentáveis, Abrahão respondeu: “Não precisamos de mais um órgão, mais uma burocracia. Precisamos é de um compromisso da presidente da República e do governo de que a sustentabilidade e a responsabilidade social empresarial estão no centro das estratégias de negócios das empresas”. 

“Quando o governo reúne o conselho de grandes empresários, não há uma discussão do ponto de vista da sustentabilidade. Só se fala, se pensa do ponto de vista econômico”, complementou. 

RESPONSABILIDADE SOCIAL - Pieter Copper, da International Union for Conservation of Nature (IUCN) da Holanda, concordou com Abrahão e disse que a responsabilidade social empresarial precisa estar no DNA das empresas. “Elas têm de acreditar no que estão fazendo, independentemente de incentivos do governo. Mas é claro que se governos também acreditam na sustentabilidade, é um jogo de ganha-ganha”, ressaltou. 

O diretor-presidente do Makro na América Latina, Ricardo Kandelman, sublinhou que no Brasil realmente existem dificuldades extras para as empresas, mas também oportunidades diferenciadas. “Temos a maior biodiversidade do mundo, portanto as maiores responsabilidades e oportunidades de conservação. E se às vezes temos mais dificuldades, estamos vendo que cada vez mais os consumidores levam em conta a responsabilidade social e ambiental das empresas na hora da compra”, disse.

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