O presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), André Corrêa do Lago, defendeu nesta segunda-feira (7) o protagonismo do setor privado na agenda climática global.
Ele afirmou que a conferência, marcada para novembro em Belém (PA), deve inaugurar um novo patamar de participação empresarial na implementação de soluções para a crise ambiental.
Segundo ele, iniciativas como a Sustainable Business COP (SB COP), articulada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), são fundamentais para garantir que as vozes do setor produtivo estejam presentes e contribuam para a efetivação dos compromissos climáticos.
O grupo reúne representantes da indústria brasileira e internacional e busca ampliar a presença do setor privado na COP30, com foco na implementação das políticas acordadas entre os países.
A declaração foi feita durante a Cúpula de Líderes do BRICS, bloco que reúne países do chamado Sul Global, no Rio de Janeiro. O posicionamento veio um dia após o setor privado entregar oficialmente aos chefes de Estado uma lista com 24 recomendações de políticas públicas para os países-membros. As propostas incluem ações voltadas à recuperação de terras degradadas, à aceleração da transição para energias limpas e à ampliação do financiamento sustentável.
Corrêa do Lago afirmou que a participação do setor privado é “muito importante” e será decisiva para os resultados da COP30. Ele ressaltou que esses atores, apesar de não estarem formalmente nas mesas de negociação, precisam ser ouvidos para garantir a viabilidade das políticas aprovadas.
“Nós estamos querendo que a COP30 seja a COP em que o setor privado mais vai participar, porque justamente nós queremos que seja uma COP da implementação e quem implementa é o setor privado, não é? Então é isso.”
Ao comentar a SB COP, criada pela CNI, ele foi enfático: “Excelente, isso é absolutamente excelente, porque isso mostrou uma liderança da indústria brasileira e está sendo abraçado por empresários do mundo inteiro”.
BRICS
O Brasil é um dos países fundadores do BRICS e sediou, no domingo (6) e nesta segunda (7), a cúpula de líderes do bloco, no Rio de Janeiro.
Criado em 2009 por Brasil, Rússia, Índia e China, o BRICS foi ampliado em 2010 com a entrada da África do Sul. Atualmente, o grupo também inclui Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Irã, além de contar com países parceiros.



