Tendência no mundo será de carros supercompactos e ecologicamente corretos, diz ex-piloto da F1 Tarso Marques

Tarso Marques avalia que o setor automobilístico passará por uma grande transformação em poucos anos, em razão da saturação do trânsito nas metrópoles e da necessidade de reduzir as emissões de poluentes

O ex-piloto de Fórmula 1 Tarso Marques avalia que o setor automobilístico passará por uma grande transformação em poucos anos, em razão da saturação do trânsito nas metrópoles e da necessidade de reduzir as emissões de poluentes. Durante palestra na Olimpíada do Conhecimento 2016 , Marques afirmou que o motor elétrico será uma realidade em um futuro próximo.

Ex-piloto de Fórmula 1, Tarso Marques acredita que carros pequenos e ecológicos tomarão conta das cidades

Tarso Marques elogiou a proposta do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de promover na OC um desafio de equipe que estimula a criação de carros compartilháveis. “É uma iniciativa super legal. Não temos outro caminho, principalmente nas grandes cidades isso já é uma necessidade imediata. A tendência que o mundo está seguindo é a de carros supercompactos e ecologicamente corretos”, enfatizou o piloto, que, além de ter conduzido carros da Fórmula 1, já passou pela Fórmula Indy e pela Stock Car.

“O futuro é acabar o carro a gasolina, a álcool e a diesel. Talvez demore um pouco mais por pressões das companhias petroleiras, mas com certeza o futuro é esse. Falta um pouco de evolução em termos de durabilidade da bateria elétrica, mas a performance já é muito boa”, acrescentou.

CUSTOMIZAÇÃO - Atualmente, Marques comanda o quadro Lata-Velha, do programa Caldeirão do Huck e é dono da empresa TMC (Tarso Marques Concept), referência no mercado de customização e design de produtos de luxo. “Hoje, a gente faz não só carros e motos, mas aeronaves, helicópteros e iates também”, frisou.

A TMC é tetracampeã mundial de customização de motos – os títulos foram conquistados durante o Bike Week Headquarters , evento realizado em Daytona Beach, na Flórida. “Apesar de a minha paixão ser carros e motos, viramos uma empresa de design. Tudo que pode ser feito de uma maneira bacana e conceitual, fazemos”, detalhou.

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Alunos do SENAI enfrentam o desafio de personalizar motor, pintura e som de carros assim que surgiu a TMC”, contou Marques, antes de frisar que o mercado de tunagem no Brasil está crescendo muito.

MERCADO CRESCENTE – Em 1999, Tarso Marques resolveu tocar um projeto pessoal de customizar um carro antigo, mas não conseguiu apoio financeiro. Cansado de esperar, após quatro anos, contratou quatro especialistas que desenvolveram o veículo e uma moto, conforme o piloto pediu. “Logo depois, arrumei um carro para um amigo. Eu era parado na rua por pessoas que queriam comprar a minha moto. E dizia: ‘tá louco, levei 4 anos e meio para fazer isso’. De tanta insistência de um deles, falei que faria (a customização) depois que terminasse o carro do meu amigo.

Foi assim que surgiu a TMC”, contou Marques, antes de frisar que o mercado de tunagem no Brasil está crescendo muito. Um dos desafios em equipe da Olimpíada do Conhecimento é a tunagem de carros. Os competidores terão de transformar o motor, a suspensão, o som e a aparência de seis carros novos. Esse processo, conhecido como tuning, que deixa o carro do jeito que o motorista quer ou precisa, é feito por profissionais que conhecem as técnicas de mecânica e de pintura de automóveis.

FÓRMULA 1 – Tarso Marques não deixou de falar sobre a frustração que teve na Fórmula 1, principal categoria do automobilismo mundial. Ele foi piloto da F1 em 1996, 1997 e 2001. “Fui o piloto mais novo do mundo a andar de Fórmula 1 até hoje, com 17 anos. Abri mão da família para atingir um objetivo, que às vezes acaba se tornando frustrante. A Fórmula 1 não é só festa e mulheres bonitas. Pelo contrário, para o piloto não é nada disso. Lá é um mar de tubarões, com gente gananciosa. É um ambiente extremamente falso”, criticou.

Na avaliação de Marques, as possibilidades de sucesso em uma corrida de F1 estão centradas 90% no carro, 9% na sorte e estrela do piloto e apenas 1% em sua habilidade. “O primeiro que você quer aniquilar é o seu parceiro de equipe, o cara que está contigo o ano inteiro. Tive oportunidade de ir para Ferrari, mas mesmo sem correr me mantiveram na Minardi durante os cinco anos do contrato. Pedi para sair. Sem carro competitivo não tinha como continuar".

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