Entre o futebol e a programação, jovem escolheu representar o Brasil na WorldSkills

Com 21 anos, Edmilson treina para ir à maior competição de profissões técnicas do mundo para disputar na modalidade Mecatrônica

Ele encontrou no curso de Mecatrônica tudo que sempre gostou: montar, desmontar e programar

Quando criança, o baiano Edmilson sonhava em jogar em grandes clubes de futebol e, quem sabe, disputar uma Copa do Mundo. Aos 14 anos, chegou a ser capitão do time de futsal do Esporte Clube Bahia. Nunca imaginou, porém, que participaria de uma competição internacional utilizando o cérebro e não a habilidade com os pés. Edmilson tem a chance de representar o Brasil na WorldSkills em Kazan, cidade na qual a Seleção Brasileira de Futebol foi eliminada no mundial da Rússia em 2018.

“Eu gosto muito do futebol, mas sabia que era muito incerto ser jogador profissional. Passei então a me dedicar a estudar e encontrei a Mecatrônica, a área do meus sonhos, que tinha tudo o que eu gostava”, explica ele, sobre a mudança de rumos.

Antes de mesmo de viajar para o outro lado do mundo, Edmilson e seu colega Ítalo, com quem faz uma dupla, já conseguiram uma vitória: vencer a equipe de Caxias de Sul na ocupação Mecatrônica. A cidade gaúcha é considerada celeiro da Mecatrônica no Brasil e tem enviado representantes na modalidade nas últimas edições da WorldSkills, a olimpíada mundial de profissões técnicas. Em 2017, em Abu Dhabi, os gaúchos Lucas Alves Tochetto e Gustavo Zarpelon Andreolla colocaram a medalha de ouro no peito ao serem os melhores do mundo nessa área.

BRINCADEIRA – O curso técnico em Mecatrônica surgiu de outra brincadeira de criança de Edmilson, desmontar e montar “trecos”. Seu pai, Claudio de Jesus, um técnico em Eletrônica que hoje trabalha com informática, tem um quarto de equipamentos em casa, onde o jovem teve despertado o gosto pela programação e pela montagem, a base dos desafios da modalidade na WS. “Era lá que eu me divertia, montava, desmontava, fazia alguns projetinhos e pesquisas na internet”, conta ele, que pensou em seguir a carreira do pai, mas buscou outro caminho ao se apaixonar pela programação. “A área do meu pai é muito boa, mas não envolvia programação, que é minha paixão”, diz.

Edmilson sonhava em representar o Brasil na Copa do Mundo de Futebol, entretanto, o destino reservou uma competição mundial diferente pro jovem participar

Ex-aluno do Serviço Social da Indústria (SESI), onde fez o ensino básico integrado à educação profissional (EBEP), Edmilson foi aprendiz na Empresa Baiana de Águas e Saneamento da Bahia (Embasa) e, em seguida, começou o curso de Engenharia Elétrica da Universidade de Salvador (Unifacs) – que teve de trancar para dedicar-se integralmente aos treinamento da WorldSkills. A irmã, Michele, também fez curso técnico em Edificações, e hoje estuda Arquitetura além de ser professora de balé. A mãe, Valdenice, é conselheira tutelar e o irmão mais novo, Mateus, acabou de concluir o ensino médio.

Terminar a graduação e trabalhar no SENAI no treinamento de futuros competidores estão entre os planos de Edmilson, mas no momento ele está focado em vencer uma batalha de cada vez. A primeira é conseguir a vaga na delegação e representar o Brasil na Rússia, o que ainda depende da obtenção do índice olímpico ao final do treinamento. Em seguida, sua meta é manter os brasileiros no topo do ranking da Mecatrônica, desafio nada trivial.

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