Ainda criança, Vítor encantou-se pela profissão do pai de programador CNC, o profissional que faz ajustes de máquinas e posicionamento de ferramentas nas fábricas. O pai, porém, não teve formação técnica, trabalhava na limpeza da fábrica e aproveitou as oportunidades para mudar de função aos poucos. Fez alguns rápidos cursos, mas decidiu que o filho deveria ir além. Por isso, os dois buscaram o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Na capital paulista, em 2014, Vítor Galdino fez o 1º curso, de Mecânica de Usinagem. Depois vieram outros, Ferramentaria de Corte e o técnico em Mecânica, que ele terminou no fim de 2018.
A ideia de participar da WorldSkills veio de um professor que lhe contou sobre a maior competição de educação profissional do mundo. O mesmo professor lhe avisou: seriam de 12 a 15 horas de treinamento por dia. O rapaz, hoje com 19 anos, não desanimou. Preferiu abrir mão da autoescola e se dedicar à preparação para competir na modalidade de engenharia de moldes para polímeros. Em Santa Catarina, Vítor agora encara a última etapa da capacitação.
A viagem a Kazan, na Rússia, onde acontecerá a WorldSkills 2019, no mês de agosto, será a primeira do competidor para fora do Brasil.
“É gratificante porque a gente está defendendo a nossa bandeira e a nossa educação profissional. É prestígio muito grande”, anima-se.
Depois da competição, os planos passam por ser um instrutor de outros jovens e, mais tarde, fazer faculdade. “Quero poder continuar a treinar e passar meus conhecimentos para os próximos competidores”, explica. Para ele, o foco do mundial são as habilidades técnicas, mas o treinamento tem um enorme impacto pessoal. “Eu brinco, falo que o SENAI formou o meu caráter. Para a Olimpíada, a gente é posto em vários desafios. A gente os supera e leva isso pra vida. A gente tem a sensação de que a gente pode o que a gente quer”, revela.