Alunos do SESI participam de torneio de robótica nos Estados Unidos

Estudantes de Santa Catarina, Distrito Federal e Goiás vão representar o Brasil na competição internacional que acontece em West Virginia, nos Estados Unidos

Os goianos desenvolveram um chiclete para astronautas

Começa nesta sexta-feira (12), o Aberto de Robótica de West Virginia, no Estados Unidos, com a participação de três equipes brasileiras: Gametech (SESI/GO), Lego of Olympus (SESI/DF) e Tecnorob Evolution do SESI de Brusque (SC). Os estudantes vão participar de uma disputa com jovens de outros 12 países. A competição será realizada até domingo (14), na universidade Fairmont State, na cidade de Fairmont. 

Os goianos apresentam nos Estados Unidos o chiclete para astronautas. É que durante as pesquisas sobre o tema da temporada (Into Orbit - em órbita), eles perceberam que, por conta da gravidade, os astronautas ficam com as vias superiores congestionadas e não conseguem sentir o sabor dos alimentos. Para aliviar o problema, são utilizados medicamentos para desobstruir o nariz. Porém, o hábito de usar continuamente esse tipo de remédio, além de viciar, pode causar problemas de saúde. A solução criada foi o chiclete, que é uma goma de mascar feita com componentes da pimenta.

O estudante Kairo Gabriel Silva, 16 anos, explica que a proposta é que esse chiclete devolva a sensibilidade ao nariz do astronauta, mesmo que por um tempo limitado. "O astronauta masca o chiclete por dez minutos, antes da refeição. E é o tempo determinado para que a capsaicina - um composto químico encontrado em todas as pimentas - entre contato com o organismo do astronauta e assim ele consiga ter essa percepção de sabores por até duas horas, e possa se alimentar normalmente", diz.

A professora de robótica Harumi Vitória Fukushima diz que a realização desse projeto vai interferir não só na vida profissional dos alunos, mas na vida pessoal também. "É uma coisa que vai além da sala de aula. Isso realmente é para a vida, mesmo", afirma.

NA TV - O chiclete chamou atenção da imprensa e foi parar no Jornal Nacional da TV Globo. Veja a reportagem

Estudantes catarinenses desenvolveram pesquisas para suprir a deficiência de vitamina D nos astronautas

VITAMINA PARA ASTRONAUTAS - Já o projeto criado pelos estudantes catarinenses visa suprir a deficiência de vitamina D nos astronautas, um problema comum na vida espacial. Mesmo com a ingestão de duas doses diárias do nutriente, pesquisas espaciais mostram que astronautas voltam à Terra com cerca de 30% menos do nível ideal. Isso ocorre, principalmente, pela falta da exposição aos raios ultravioletas do tipo B, transmitidos pelos raios solares.

“Pensando na importância desse composto, a equipe criou a Sunshine, uma lâmpada que emite raios ultravioletas do tipo B e estimula o corpo a sintetizar a vitamina D. A lâmpada seria colocada em locais como estações de trabalho e banheiros”, explica o técnico da equipe, Claudio Lima Rhenns. A deficiência da vitamina pode causar uma série de doenças como osteoporose, câncer, depressão e demência.

Para evitar a hipervitaminose, conforme alerta do gerente do centro de bioquímica nutricional da NASA, Scott Smith, os estudantes desenvolveram um sensor de radiofrequência e pulseiras individuais que informam o tempo de exposição do astronauta aos raios ultravioletas. “Quando chega no tempo essencial a lâmpada desliga e não liga novamente para o mesmo astronauta naquele dia. O tempo varia entre 20 e 60 minutos, dependendo da cor da pele e idade de cada um deles”, explica Rhenns. O projeto tem acompanhamento da pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Neide da Silva.

O estudante Arthur Gabriel Sofiati, 15 anos, está confiante e revela que a equipe tem a expectativa de trazer um troféu para o Brasil. “A gente vem se preparando bastante desde março. Queremos aprender muito, conhecer novas pessoas, culturas e trazer um troféu. A gente se esforçou ao máximo para corrigir alguns erros, tanto na parte de design mecânico, quando de programação, e outras falhas que observamos nos outros torneios que já participamos”, conta.

Lego of Olympus no Festival SESI de Robótica, no Rio de Janeiro

DORMIR BEM LÁ EM CIMA - O projeto da equipe do Distrito Federal consiste em buscar soluções para melhorar a qualidade do sono dos astronautas durante as missões espaciais de longa duração. De acordo com pesquisas feitas pelos competidores, no espaço, a percepção de dia e noite é alterada, o que causa transtornos psicológicos e desgastes físicos que afetam a convivência e o bem-estar.

A solução apresentada pela equipe foi adaptar os colchões utilizados pelos astronautas nas missões especiais com uma esteira vibratória e com uma manta térmica, a fim de causar um efeito de relaxamento e, com isso, ajudá-los a alcançar o sono com maior facilidade. O técnico da equipe, Alberto Roquete, é puro otimismo. "O projeto da equipe é nosso ponto forte, foi elogiado nos torneios regional e no nacional, mas o conjunto do trabalho está em um nível muito bom. O nível de maturidade deles é alto e isso vai ser um grande diferencial", diz. 

TEM MAIS - Além dos projetos de pesquisa, os estudantes serão avaliados pela construção do robô de Lego, pelo desempenho dessas máquinas em missões autômomas e pelo trabalho em equipe. Os times conquistaram as vagas para o torneio nos Estados Unidos, durante o Festival SESI de Robótica, em março, no Rio de Janeiro. 

REFERÊNCIA MUNDIAL EM ROBÓTICA - Nesta temporada, os brasileiros já conquistaram prêmios no Mundial de Robótica, em Houston (EUA), no torneio de Arkansas (EUA), no Aberto Internacional da Turquia, no Aberto de Robótica do Uruguai , no Aberto de Robótica do Líbano e no Aberto de Robótica da Austrália. Essa competição em West Virginia é a última da temporada com o tema Into Orbit (em órbita). A nova temporada será lançada em agosto. 

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