A Confederação Nacional da Indústria (CNI) enxerga que o início do governo democrata Joe Biden nos Estados Unidos permitirá a continuidade na agenda de acordos bilaterais com os Estados Unidos visando preparar o empresário brasileiro para um livre comércio.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que a indústria brasileira tem histórico de bom relacionamento com os governos democratas e que o momento atual representa uma convergência no cenário econômico dos dois países, que possuem valores e interesses recíprocos.
Durante o mandato do ex-presidente Barack Obama, do qual Joe Biden foi vice, Brasil e Estados Unidos avançaram em importantes agendas comuns, com a assinatura dos acordos Céus Abertos, previdenciário e de cooperação econômica e comercial.
Agora, o setor privado tem grande expectativa para o início das negociações de acordos bilaterais com os Estados Unidos. A indústria nacional, por meio do Conselho Empresarial Brasil-Estados, defende uma ampla agenda de trabalho com esse parceiro comercial.
Entre as prioridades estão os acordos para evitar a dupla tributação e de investimentos. A indústria também defende o diálogo para a remoção de barreiras ao comércio e aos investimentos entre os dois países. Ao mesmo tempo, trabalha seguindo um roadmap de ações para se preparar para as negociações de um acordo de livre comércio.
Outra prioridade é a implementação dos acordos de boas práticas regulatórias e de facilitação de comércio assinados no ano passado.
“Esperamos que essa agenda seja acelerada nos próximos anos”, afirma Robson Braga de Andrade.
A CNI acredita que os programas de retomada econômica e para redução das emissões de carbono, apresentados durante a campanha eleitoral por Joe Biden, se implementados, podem oportunizar a volta do crescimento sustentado do PIB nos Estados Unidos.
Para a CNI, este fator será muito benéfico para a indústria brasileira, porque os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de produtos industrializados, respondendo por 24% do total embarcado.
Os dois programas apresentados por Biden na campanha também criam uma oportunidade adicional para a cooperação bilateral entre os dois países porque o Brasil, assim como os EUA, é uma potência ambiental e a indústria brasileira tem uma agenda consistente no campo do desenvolvimento sustentável, sobretudo da Amazônia.
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