Setor empresarial defende agenda de acordos entre Brasil e EUA

Durante reunião do CEBEU, presidente da CNI ressaltou a importância de se avançar na discussão de um acordo de livre comércio e de um tratado para evitar a dupla tributação entre os países

Representantes dos setores empresariais brasileiro e americano defenderam nesta quarta-feira (2) que Brasil e Estados Unidos avancem numa agenda ambiciosa de acordos que permita o livre comércio entre suas economias. Durante reunião plenária virtual do Conselho Brasil-Estados Unidos (CEBEU), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, destacou os avanços na relação bilateral ao longo de 2020. Entre eles está a assinatura, em outubro, dos acordos de facilitação de comércio e de boas práticas regulatórias. 

Robson Andrade afirmou que, internamente, o Brasil precisa avançar na agenda redução do Custo Brasil, sobretudo com a aprovação das reformas tributária e administrativa. Na relação bilateral, é necessário ações que visem o livre comércio entre Brasil e Estados Unidos.


“Os avanços alcançados até aqui são substanciais e merecem nosso reconhecimento. Entretanto, a CNI defende uma agenda ambiciosa com os Estados Unidos em razão da grande importância do fluxo de comércio e investimento para as economias dos dois países”, disse.


“Nossa prosperidade depende de um compromisso mútuo para avançar em ações relevantes. Precisamos buscar um acordo bilateral de livre comércio e um tratado que evite a dupla tributação”, ressaltou o presidente da CNI.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, destacou que Brasil e Estados Unidos alcançaram resultados concretos na relação bilateral ao longo de 2020. Ele reiterou o compromisso do governo brasileiro em buscar e aprofundar a parceria com o governo americano.


"Já fizemos muito e ainda faremos mais. Reitero o compromisso do governo brasileiro em buscar e aprofundar a parceria com os Estados Unidos, país com o qual compartilhamos princípios centrais não só para a prosperidade, mas também para a dignidade humana", disse o ministro.


O vice-presidente executivo e chefe de assuntos internacionais da U.S. Chamber, Myron Brilliant, disse esperar que os acordos assinados entre Brasil e Estados Unidos este ano sirvam de base para um conjunto maior de compromissos entre os dois países. Ele ressaltou a possibilidade de se triplicar o volume de comércio bilateral ao longo da próxima década.

“Tenho certeza que há muitas oportunidades de trabalho entre os governos Joe Biden e Jair Bolsonaro. Reconhecemos uma aliança estratégica entre Brasil e Estados Unidos que merece investimentos em várias áreas”, afirmou.

Os Estados Unidos figuram como principal mercado estratégico para a indústria brasileira, de acordo com o Índice de Mercados Estratégicos (IME), que considera o fluxo de comércio e investimentos com os países. Para 2021, o setor privado tem grande expectativa para o início das negociações dos acordos para evitar a dupla tributação e de investimentos.

Também defende o diálogo para a remoção de barreiras ao comércio e aos investimentos entre os dois países. Ao mesmo tempo, trabalha seguindo um roadmap de ações para se preparar para as negociações de um acordo de livre comércio.

Os mercados internacionais estratégicos para a indústria brasileira

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