Indústria do aço investiu R$ 3,6 bilhões em ações de proteção ambiental em três anos

Valor foi aplicado no triênio 2014-2016 em medidas que buscam o reuso da água, a eficiência energética, a reciclagem de resíduos e coprodutos e estudos sobre emissões de gases do efeito estufa

Apesar da crise econômica, que reduziu o consumo nacional, e do excesso de produção no mundo, a indústria brasileira de aço investiu R$ 3,6 bilhões em ações de proteção ambiental no triênio 2014-2016. Os recursos foram destinados à melhoria dos processos de operação e medidas como reutilização da água, reciclagem, inventários de emissões de gases do efeito estufa e estudos sobre o uso racional de energia.

As informações estão no estudo A Indústria do Aço no Brasil, que integra o conjunto de 14 documentos do projeto CNI sustentabilidade. O trabalho do Instituto Aço Brasil destaca que os investimentos buscam a redução dos riscos e dos impactos ambientais das atividades do setor, especialmente nas comunidades que vivem próximas dos empreendimentos siderúrgicos.

A maior parte da água utilizada nas usinas é empregada em sistemas de resfriamento sendo, em sua maioria, recirculada em circuitos fechados. Em algumas usinas, dependendo da disponibilidade local, utiliza-se água salobra ou salgada nesses sistemas de resfriamento sem prejuízo à qualidade do processo.

A indústria brasileira do aço tem norteado o seu desenvolvimento com base nos princípios da sustentabilidade, consciente do limite dos recursos naturais e da necessidade de contribuir para melhorar a qualidade de vida. “Para isso, as empresas do setor buscam otimizar seu processo de produção, para evitar desperdícios e reduzir o consumo de matérias primas e insumos, o que tem se refletido em aumento da eficiência energética e na maximização da recirculação da água”, esclarece Cristina Yuan, diretora de assuntos institucionais do Instituto Aço Brasil.

A racionalização do uso de recursos naturais e o aumento da produtividade dos processos são compromissos de desenvolvimento sustentável ao mesmo tempo que  propiciam maior competitividade às empresas. 

Diretora de assuntos institucionais do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan

Com uma produção de 31,4 milhões de toneladas de aço, o Brasil é o maior produtor da América Latina e o nono do mundo. A adoção do conceito de economia circular no setor possibilita o reuso inteligente e eficaz de matéria-prima, insumos e resíduos. "A partir da segunda metade do século passado, foram obtidos significativos avanços no desenvolvimento de tecnologias que permitiram aumentar a eficiência energética, a redução do consumo de matérias-primas, o reaproveitamento dos gases e resíduos do processo e a maximização da recirculação de água", afirma o trabalho.

Conheça os resultados das iniciativas da indústria do aço brasileira para a sustentabilidade:

USO DE CARVÃO VEGETAL- Algumas empresas siderúrgicas usam carvão vegetal no processo de produção. O carvão vegetal é produzido a partir da madeira extraída de florestas plantadas por empresas do setor ou por terceiros. Mais da metade das florestas plantadas pelas empresas do setor são certificadas pelo Forest Stewardship Council (FSC) ou pelo Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor). 

EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA - As empresas associadas ao Instituto Aço Brasil fazem inventários de emissões e estão desenvolvendo estudos para aumentar tanto da eficiência energética dos principais processos de produção como da reciclagem do aço e de outros produtos.

REUSO DE ÁGUA -  Atualmente, o setor reutiliza 95% da água doce usada nos processo de produção. A maior parte da água utilizada nas usinas é empregada em sistemas de resfriamento sendo, em sua maioria, recirculada em circuitos fechados.

Em algumas usinas, dependendo da disponibilidade local, utiliza-se água salobra ou salgada nesses sistemas de resfriamento sem prejuízo à qualidade do processo.  Entre as ações que se intensificaram desde 2014, com a ameaça de escassez de água em algumas regiões, as siderúrgicas investiram no aumento da eficiência no uso da água. Entre as ações se destacam o treinamento dos trabalhadores, a captação e o uso da água da chuva e a otimização dos sistemas de tratamento de efluentes para sua reutilização e maior diversificação de reuso. 

ENERGIA -  O setor investe em geração própria de energia com o reaproveitamento do poder calorífico dos gases gerados no processo de produção em termelétricas. Algumas empresas também possuem usinas hidrelétricas. Em 2016, a geração própria respondeu por 49% do consumo. 

RESÍDUOS E COPRODUTOS -  Atualmente, cerca de 87% dos coprodutos das usinas - insumos utilizados em altos fornos e locais de conversão em aço e lamas dos sistemas de controle atmosférico - são reaproveitados no processo produtivo ou por terceiros. Em vez de serem descartados em aterros, esses materiais são usados como matérias-primas para pavimentação de estradas, corretivos de solo, fabricação de cimento, materiais cerâmicos e outros.

Em 2016, a indústria de aço gerou 18,3 milhões de toneladas de coprodutos e resíduos diretos o que representa a geração de cerca de 600 quilos desses materiais por tonelada de aço bruto. 

SAIBA MAIS - Faça o download dos documentos que apresentam as ações da indústria brasileira para o desenvolvimento sustentável, divididos por setores de atuação, no site do CNI Sustentabilidade.

SÉRIE COMPLETA - Acompanhe a série Indústria Sustentável na página do especial da Agência CNI de Notícias.

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