Em uma época em que a aparência pessoal pode ditar o ritmo da autoconfiança, a perda e o enfraquecimento dos fios capilares emergem como desafios emocionais e sociais para muitos. A trajetória de cada fio de cabelo reflete não apenas o avançar da idade, mas também é influenciada por estresse e enfermidades diversas. Tais adversidades desenham uma paisagem onde a busca pela "aparência ideal" eleva a procura por transplantes capilares.
As perucas de cabelos naturais e aspectos similares aos cabelos humanos apresentam um custo muito elevado no mercado. As sintéticas, por sua vez, carecem de durabilidade e convicção, exigindo ainda mais do bolso do consumidor. Além das variantes apresentadas, os materiais utilizados para produzir essas perucas, como PVC e plásticos resistentes, levam séculos para se decompor no meio ambiente.
Crédito: Arquivo Pessoal
É aqui que o projeto BioHair entra em cena. Orientado pela docente Kelly Patrícia de Mendonça da Escola SESI de Ensino Médio Arthur Aluízio Daudt (RS) e encabeçado pelas alunas Giovana dos Santos, Júlia Alvares, Camila Silveira, Manuela Nardão Barros e Vitória Pérsico, a iniciativa surge para inovar a indústria de cuidados capilares. A proposta é criar perucas a partir da fibra de bananeira, material resistente e amigo do ambiente, reduzindo o custo e o impacto ambiental. O projeto objetiva ir além da comercialização de produtos: almeja fomentar a saúde mental, elevar o bem-estar e fortalecer a autoestima daqueles com deficiência de fios capilares. Como conta a equipe em entrevista ao Geração SESI SENAI:
1 - Como o projeto BioHair pretende impactar positivamente a autoestima e o bem-estar dos indivíduos que enfrentam a perda ou o enfraquecimento dos fios capilares?
“Sabendo dos impactos ocasionados entre autoestima e cabelo, além do alto custo de procedimentos que possam reparar esta característica e os métodos acessíveis - mas que prejudicam o meio ambiente, o principal objetivo do projeto é oferecer perucas acessíveis, geradas através de uma fibra natural, a fibra de bananeira. As perucas, além de serem uma solução menos invasiva quando comparadas a opções como o transplante capilar, desempenham um papel fundamental na obtenção de autoestima em indivíduos que possuem a queda dos fios. Sendo assim, o grupo sabe que o cabelo é uma parte essencial da identidade e da autoconfiança, e sua ausência pode afetar profundamente a forma como essas pessoas se enxergam e se sentem. Por tais razões, as perucas feitas através da fibra de bananeira podem se tornar uma opção de baixo custo, sustentável e que possam minimizar ou finalizar os conflitos negativos gerados entre cabelo e autoestima”, conta Giovana Turcatti.
2- Qual é o impacto ambiental de usar os materiais sustentáveis utilizados pelas perucas produzidas no projeto BioHair? (Sabemos que o impacto é positivo e queremos saber o porquê)
“O impacto ambiental é totalmente positivo, visto que são utilizadas fibras naturais, sustentáveis e biodegradáveis para a confecção das perucas. Assim, o Projeto BioHair pode proporcionar a mitigação dos impactos ocasionados ao meio ambiente por materiais poluentes, como o nylon e plásticos resistentes, utilizados em perucas sintéticas”, diz Júlia Baierle.
Crédito: Arquivo Pessoal
3 - Quais desafios o projeto enfrenta ao desenvolver uma alternativa de baixo custo que não comprometa a qualidade e a estética das perucas?
“O maior desafio encontrado pelo grupo é a complexidade durante a elaboração do produto. Tal fator prejudica a conclusão de todas as etapas, uma vez que a mão de obra deve ser contabilizada no valor da peruca final. Vale ressaltar que atualmente, o projeto conta com mão de obra artesanal, que requer cuidados específicos e cumprimento de fases delicadas. Para resolver tal problema, o grupo pretende, no futuro, mecanizar os processos que são atualmente manuais”, comenta Camila de Matos.
4- Vocês realizaram entrevistas com especialistas da área da saúde mental e física e com o público em geral para a concepção e o refinamento das perucas produzidas pelo projeto?
“Foram realizadas entrevistas com o público-alvo, além de profissionais das áreas de saúde mental e física, o que permitiu a melhor compreensão da real relação entre cabelo e autoestima. Nas conversas com o público-alvo, o grupo teve a oportunidade de ter um contato direto com quem sofre o impacto da falta de cabelo, além disso, o grupo recebeu feedbacks e validações do projeto. Já com os profissionais de saúde mental, o grupo pôde entender a ligação e impacto psicológico ocasionado pela perda de cabelo, além de compreender como a autoestima pode estar ligada com a saúde física dos pacientes. Na área de saúde física, o grupo aprendeu sobre o ciclo capilar, as causas da queda de cabelo e os fatores que contribuem para esse processo”, declara Vitória Gonçalves.
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5 - Em termos de aceitação de mercado e de expectativas futuras, como o projeto BioHair enxerga a receptividade do público-alvo às perucas feitas com fibra de bananeira?
“Diante dos formulários enviados ao público-alvo e profissionais da saúde, o grupo pôde observar a validação da ideia, bem como a receptividade esperada do público-alvo. Assim, o grupo espera, após a conclusão efetiva de todas as etapas, a aceitação do público diante das perucas feitas pelo BioHair, bem como a efetividade destes produtos ao serem testados nos indivíduos que possuem a queda dos fios. Por enquanto, o BioHair avança nos testes de campo, calibrando a extração, a lavagem e os primeiros passos da coloração. Estamos diante do surgimento de um produto que, com a conclusão dos testes, poderá encontrar seu espaço no mercado”, conclui Manuela Nardão Barros
Conheça o Geração SESI SENAI!
O projeto é uma iniciativa do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem(SENAI) para conectar alunos, professores e toda a comunidade da educação. Acesse nossos conteúdos na Agência de Notícias da Indústria, no canal doWhatsApp “Geração SESI SENAI” e se inscreva em nossa Newsletter. Tire suas dúvidas e compartilhe os projetos da sua unidade através do nosso SAC. #AquiTemGeração
