As peças de lego abrem espaço para os robôs de porte industrial. Fotografias guardam lembranças de quando entraram para o mundo da robótica. Crianças, que compartilharam boa parte da sua infância em competições da FIRST LEGO League Challenge (FLLC), hoje, são inspiração para outros competidores que estão começando nessa jornada.
Competidor, mentor, técnico, futuro engenheiro, juiz ou outras infinidades de atuações. A FLLC pode levar você para um mundo de possibilidades. Quer um exemplo? Eu te dou até cinco! Conheça as histórias da competidora da FIRST Robotics Competition (FRC), Ana Clara Cavalcante, do técnico Guilherme Gabril e dos juízes João Victor Gomes, Victória Vilela e Gustavo Ribeiro. Todos “crias” da FLLC, que começaram suas trajetórias na robótica ainda pequenos e, agora, estão construindo carreiras com o que aprenderam desde cedo.
Tim-tim por tim-tim de como tudo começou
As cinco histórias se cruzam em um ponto de partida: a FLLC. Ana Clara, 17 anos, mora em Jundiaí (SP) e começou na robótica quando tinha apenas 12 anos. Por quatro anos, a SESI Heroes foi sua segunda casa e lá ela aprendeu ensinamentos que levou para as arenas de FRC, com a equipe 7563 Megazord.
Quase na mesma idade os juízes Victória Vilela, 21 anos, Gustavo Ribeiro, 22 anos e João Victor Gomes, 26 anos, também ingressaram no mundo robotiquer. Victória conta que sempre foi uma criança curiosa, bem parecida com a personagem Emília, de Monteiro Lobato, do Sítio do Picapau Amarelo. Questionar o porquê das coisas e encontrar soluções era o seu hobbie e, assim, ela descobriu que a robótica era o seu lugar perfeito.
Indo do Sul para o centro do país, temos o Gustavo. Goiano raiz, ele entrou na robótica por acidente, literalmente...Depois de sofrer uma lesão jogando futebol, Gustavo conheceu a robótica e se encantou com a energia das competições de FLLC. “Desde o primeiro dia eu me apaixonei pela robótica, era uma energia diferente, de alegria, de todos se ajudarem. Depois disso, eu larguei o futebol e só queria viver de robótica”, lembra o juiz.
Já o paulista de Guarujá, João Victor, está na robótica há 14 anos. A sua estreia na FLLC foi na temporada Body Forward, em que o desafio girava em torno da engenharia biomédica. Vindo de escola pública, Escola Municipal 1º de Maio, João foi convidado a participar da equipe de robótica após uma apresentação de feira de ciências e, desde então, não largou mais os robôs.
Os quatro cresceram na robótica, mas o técnico Guilherme Gabril, 19 anos, praticamente nasceu dentro dela. Isso porque o jovem começou a estudar no Serviço Social da Indústria (SESI) com apenas dois aninhos de idade e na educação infantil ele já tinha aulas de robótica. Nascido em Nova Friburgo (RJ), Guilherme foi competidor, mentor e, hoje, é técnico das equipes Titãs da Serra (FLLC) e 9050 Tucanus (FRC).
Para onde a robótica pode te levar
O João Victor, de competidor, se tornou mentor de equipe e, com o tempo, árbitro chefe de desafio do robô nas competições de FLLC. Ele divide a sua rotina com o trabalho de gerente de operações em uma empresa varejista nacional. Formado em administração, João conta que crescer dentro da robótica foi fundamental para potencializar e desenvolver habilidades e competências que influenciam tanto na sua vida pessoal quanto profissional.
“A robótica foi um elemento transformador na minha vida. No primeiro momento, acreditava que se tornaria apenas mais uma brincadeira, mas durante essa fase de transição de criança para a fase adulta, ter a robótica ao meu lado fez com que eu desenvolvesse habilidades únicas que perduram até hoje”, ressalta.
As habilidades aprendidas por Gustavo na robótica também traçaram a sua vida profissional. Desde que entrou para esse mundo, o que mais chamou a sua atenção foi a área da programação e adivinha? Hoje, além de juiz chefe da FLLC, ele é desenvolver back-end do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Goiás.
Outro totalmente influenciado pela robótica foi o Guilherme, o nosso caçulinha que entrou com dois aninhos de idade na robótica. Quando não está nas aulas de engenharia da computação, ele está ensinando os seus alunos das equipes em que é técnico no SESI Nova Friburgo.
“A robótica me ensinou a importância do trabalho em equipe e a aprender a lidar com os desafios, porque aqui é sempre um novo desafio a cada dia”, destaca.
Agora são elas!
O que a robótica deu para a Ana Clara? Uma história brilhante e, de quebra, uma profissão. Apesar de ter apenas 17 anos, Ana, que estuda na Escola SESI 021, já dá aulas de inglês para crianças e tudo começou por causa da robótica.
“A FRC é uma competição que veio de fora e toda a avaliação é em inglês. Então aprendi a escrever redações formais, me comunicar e, hoje, trabalho com isso”, conta.
“A minha experiência é a prova de como a robótica muda vidas” e ela usa a sua história para influenciar outras pessoas por meio de lives no instagram. “Eu tento compartilhar essas oportunidades com o máximo de pessoas que eu consigo, estou sempre disseminando a robótica”, completa Ana.
A participação feminina na robótica está cada vez maior e, mais do que isso, elas estão fazendo história, viu? Victória é a prova disso. A juíza é bolsista integral de engenharia mecatrônica na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), diretora regional do Clube de Ciência Brasil, diretora financeira e coordenadora dos LEGOS da equipe PUCPR de robótica móvel, equipe de robôs de combate e autônomos, além de cofundadora da FIRST LEGO Girls, um projeto que incentiva a participação feminina no STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Dá um conferida no projeto!
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