Depois de mais de dois anos de espera e muita expectativa, o mundial de robótica da FIRST está de volta! Começou nesta quarta-feira (20) e vai até sábado (23), o FIRST Championship, em Houston, nos Estados Unidos.
Diferentemente das temporadas anteriores, em que aconteciam dois mundiais, o de Houston e o de Detroit; neste ano, haverá apenas um torneio, com equipes do mundo todo. Uma disputa acirrada, em que o Brasil garantiu sua participação (vai, 🇧🇷)!
São três modalidades: FIRST LEGO League Challenge (FLL), FIRST Tech Challenge (FTC) e FIRST Robotics Competition (FRC). Cerca de 720 equipes de mais de 40 países estão reunidas no George R. Brown Convention Center, na quarta maior cidade dos EUA, para quatro dias de muita ciência, tecnologia, engenharia, design e matemática - áreas que, juntas, formam o STEAM.
Primeiro dia foi de treinos, inspeções e montagem dos pits
Assim que as portas do Convention Center se abriram, às 7h, os competidores começaram a chegar. Os times tiveram o primeiro dia para montar suas estações/boxes, chamadas de pits, e realizar os últimos treinos e a inspeção dos robôs, que precisam cumprir uma série de requisitos técnicos, como tamanho, peso e materiais utilizados.
A Geartech Canaã, do SESI de Goiás, que compete pelo FTC, foi uma que chegou bem cedo para deixar tudo pronto para as avaliações e a disputa na arena nos próximos dias.
“Fizemos a credencial ontem e viemos às 7h40 hoje para montar o nosso pit, colocar os banners com a logo dos patrocinadores, o que a equipe conquistou nessa temporada e uns prêmios, que mostram a trajetória nesses três anos. À tarde, já tivemos uma avaliação de sala, em que explicamos como somos embaixadores da FIRST, nosso plano de negócios, a programação, construção e engenharia do nosso robô”, contou Letícia Sued, integrante da Geartech Canaã.
No final do dia, eles tiveram a oportunidade de fazer uma disputa na arena (Ficou curioso? Confere a live no instagram da equipe!), que rendeu alta pontuação e encheu o time de confiança para as partidas oficiais.
Quem também teve oportunidade de testar o robô em quadra foi a Under Control 1156, do colégio Marista, em Novo Hamburgo (RS). Eles disputam o FRC, modalidade com o maior número de equipes - são 450 ao todo. O técnico Henrique Schmitz reconhece que foi um treino necessário para ter certeza do que está funcionando e o que precisa ser aprimorado.
“Primeiro dia foi para garantir que as coisas estão funcionando. Vimos que nosso atirador está muito melhor que nos regionais que participamos, erramos menos bolas, mas o mecanismo de coleta de bolas está com problemas. Temos um mecanismo automático que é, quando o robô pega a bola da equipe oposta, ele se livra dela e não arremessa para não pontuar para o adversário. Então o pessoal saiu para comprar materiais novos e melhorar”, detalhou Henrique Schmitz.
No FRC, as equipes competem em alianças, três times contra três, sendo que na primeira rodada as alianças são definidas por sorteio. Os robôs devem cumprir algumas atividades, como coletar e arremessar as bolas e se pendurar em barras. Nos primeiros 15 segundos, os robôs operam de forma autônoma, só na base da programação, e depois os competidores assumem o controle remoto.
Torneio vai muito além dos robôs
Considerando que as equipes de FLL têm de dois a 10 competidores, que as de FTC têm até 15, e de FRC são mais de 10 participantes, são milhares de crianças e adolescentes reunidos em um evento, depois de meses se dedicando à construção e à programação dos robôs e ao desenvolvimento de projetos sociais e de inovação.
Em Houston, eles têm a chance de provar não só que seu robô tem o melhor desempenho na arena para executar as atividades e missões, como também que desenvolvem em si mesmo e aplicam valores como trabalho em equipe, liderança, cooperação, competição amigável, aprendizado e envolvimento com a comunidade.
Para a maioria dos integrantes das duas equipes brasileiras de FLL – a SESI CLP, de Campo Limpo Paulista (SP), e a Atombot, de São João del Rei (MG) – essa é a primeira vez que eles viajam para fora e competem em outro país. É a chance de ter contato com estudantes estrangeiros, vislumbrar um futuro promissor e realizar alguns sonhos, como o do mineiro Pedro Cordovil, 13 anos.
Desde que soube que viria para Houston competir, ele sonhava com a possibilidade de conhecer a NASA.
“Eu sempre gostei, desde bem pequeno, uns 5 anos. Tanto que queria ser astrônomo, agora não é muito diferente, quero seguir na área da física. Ao entrar no museu, vemos coisas que os astronautas usam, como roupas e equipamentos, peças de foguete e uma réplica gigantesca de um dos maiores foguetes da história. Até a parte da ficção científica, é interessante ver que filmes, como Interstelar, introduzem o tema na população”, comentou Pedro, depois da visita ao Space Center Houston.