Cinco provas de que a robótica é feita por jovens criativos e inovadores

Fantasias, adereços, jogos, muita pesquisa e soluções para problemas complexos fazem das competições da FIRST LEGO League Challenge um espetáculo que vai muito além dos robôs

Estudantes de 9 a 16 anos curiosos, criativos, inquietos e cheios de energia reunidos em uma competição de tecnologia e inovação. Assim são os torneios da FIRST LEGO League Challenge (FLL). Se você ainda não teve a oportunidade de ir em um, a gente garante: é uma explosão de alegria, cores e ideias, das mais simples as mais complexas, para problemas do dia a dia. 

Para mostrar que a disputa vai muito além dos robôs, tiramos cinco provas do regional da Bahia, que aconteceu nos dias 18 e 19 de março.  

Vale lembrar que, nas disputas de FLL, os estudantes constroem e programam robôs de LEGO para cumprir uma série de missões em um tapete. Além disso, eles desenvolvem um projeto de inovação, que é uma solução para um problema real dentro da temática da temporada, que, neste ano, é Cargo Connect, relacionada com transporte e logística. 

Dos quadrinhos para o Champion’s Award

Fantasiados de Turma da Mônica, os seis integrantes da equipe SESI SENAI Roboben, da Escola Sesi Senai Benedito Bentes, em Maceió (AL), foram 1º lugar e levaram para casa o Champion’s Award. O Sansão da Monica e a melancia da Magali dividiram espaço com um robô com ótimo desempenho na arena e um projeto de inovação que é ciência pura 🧪. 

Equipe SESI SENAI Roboben (AL)

Os estudantes desenvolveram uma embalagem feita de especiarias baratas, como cravo, boldo, erva doce e alecrim, que minimiza a proliferação de fungos nas frutas, legumes e verduras que saem dos grandes centros de distribuições e precisam ser transportadas até a casa do consumidor. Salada fresquinha garantida, já pensou? 

Gamificação 

Organizar uma disputa de robôs que devem cumprir missões na arena e avaliar projetos de inovação e core values – aqueles valores da FIRST que todo competidor deve ter – não foi suficiente para a organização do regional BA.

Eles prepararam um conjunto de atividades com FLL Coins, uma moeda em impressão 3D criada especialmente para essa edição, como rifa de camisetas das equipes, leilão, um quizz sobre logística e um jogo de tabuleiro.

Nós estivemos lá e garantimos, o jogo foi um sucesso!

O coordenador da robótica do SESI Bahia e inventor do jogo, Fernando Didier, explica: “cada jogador fica de um lado do tabuleiro e o objetivo é levar as cargas da sua cor, branco ou azul, para o outro lado, antes do seu adversário. E ele só pode se movimentar pelas avenidas”.

Inovar muda vidas 

A Robolife, equipe do SESI Candeias, em Salvador (BA), se debruçou sobre a problemática do transporte de órgãos 🚑 Segundo os estudantes, quando uma córnea precisa ser transportada, seja para o banco de órgãos ou para o transplante final, ela precisa ficar entre 2ºC e 8ºC.  

Após entrevistas na Central de Transplantes, no Banco de Olhos e no Hospital Geral Roberto Santos, eles viram que, atualmente, não existe nenhum equipamento que monitore e registre a variação térmica no deslocamento. A solução apresentada, e que já está sendo utilizada pelas unidades de saúde, é uma caixa térmica com termômetro acoplado para acompanhamento, em tempo real, das variações de temperatura – o que ainda dispensa as 48 horas de avaliação da córnea quando ela chega ao Banco de Olhos. 

A solução da equipe Robolife, do SESI Candeias (BA), já está sendo testada por unidades de saúde

“A gente teve que descobrir uma área que é muito fechada, a da saúde. Fizemos muitas entrevistas e pesquisas. O resultado está sendo o mais maravilhoso que poderíamos alcançar, que a solução fosse adotada e estivesse dando a esperança de enxergar para as pessoas”, comemora Ana Luiza Batista, 14 anos. 

Matéria prima abundante para uma embalagem sustentável 

E se pudéssemos criar uma embalagem mais resistente, impermeável, barata e biodegradável? Foi a partir desse desafio que a equipe Athlon, da Escola Sesi José Carvalho, em Feira de Santana (BA), desenvolveu a cob box. A caixa é feita de três materiais orgânicos: fibra de coco, amido de milho e cola vegetal. 

Estudantes de Feira de Santana desenvolvem caixa mais resistente e biodegradável com fibra de coco

"Para a caixa, passamos por três processos, incluindo a secagem e extração da fibra de coco, que é triturada e fica bem fininha. O projeto agrega conceitos de sustentabilidade, já que diminui o tempo de degradação no ambiente", detalha João Guilherme Santana, 12 anos (na foto, à frente e à direita).

🥥🥥 Uma solução com a cara e o gosto da Bahia, estado com a maior produção de coco do Brasil!  

Nada é por acaso 

Quando você se torna um robotiquer, percebe que nada é por acaso nas competições, até o nome das equipes passa por brainstorming 💡 Um bom exemplo é a Ellegtics, da Escola SESI José Carvalho, de Feira de Santana (BA). 

Sophia Martins, 14 anos, conta que o nome da equipe vem da junção de előleg, que em húngaro significa avançar, com o tics, de robotics, formando assim “robótica avançada”. Daí vem a logo, um foguete, e o traje de astronauta. Mas o que faz um astronauta em cima de uma bicicleta?  

Um nome e projeto criativos para a equipe de astronautas ciclistas

O projeto de inovação apresentado por eles é a Hot Bag, uma adaptação das caixas de delivery, que possui um sistema elétrico e sustentável que mantém a temperatura do alimento que saiu para entrega.


“O sistema funciona da seguinte forma: o gerador de energia acoplado na bicicleta, além de identificar a energia mecânica do giro da roda, efetua uma transformação para energia elétrica, transferindo toda essa corrente para os fios onde tem um encaixe fácil e prático com a Hot Bag, passando a energia para a resistência e aquecendo a bag”, resume Sophia.


Chega de comida fria. 🥶

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