Empresários defendem pequena empresa na relação comercial Brasil-Japão

Para ampliar o comércio bilateral é preciso adotar ações de apoio às pequenas e médias empresas, gerando oportunidades para inserção nas cadeias de suprimento lideradas pelas grandes empresas

Para os empresários, o acesso à informação sobre novos mercados, como leis e burocracia locais, por exemplo, são o principal desafio para a internacionalização

A história da relação comercial entre Brasil e Japão é marcada pela atuação de grandes empresas dos dois países, do suprimento de matérias primas, do lado brasileiro, à produção de bens de capital e de consumo, por empresas japonesas. Para ampliar o comércio bilateral, entretanto, é preciso adotar ações de apoio às pequenas e médias empresas, gerando oportunidades para inserção nas cadeias de suprimento lideradas por essas grandes empresas. “A partir da base já estabelecida, podemos criar oportunidades para que sejam fornecedoras dessas empresas-âncora”, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) , Robson Braga de Andrade.

Esse foi um dos desafios lançados por Andrade durante o 17º Encontro Anual do Conselho de Cooperação Econômica Brasil-Japão, iniciado nesta terça-feira (9), em Tóquio. Para empresários presentes no evento, é preciso articular ações do setor privado e dos governos para incentivar a maior integração de empresas de pequeno e médio porte às cadeias produtivas de Brasil e Japão. Esse, por exemplo, foi um dos assuntos que foram tratados pela delegação japonesa, liderada pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe, em visita ao Brasil, no início de agosto.

EXPERTISE E PRODUTIVIDADE – O acesso à informação sobre novos mercados, como leis e burocracia locais, por exemplo, são o principal desafio para a internacionalização de pequenas e média empresas. O presidente do banco Tokyo Mitsubishi UFJ no Brasil, Toshifumi Murata, aponta que empresas desses portes no Japão têm grande capacidade de inovação. Para o Brasil, atrair essas empresas pode gerar ganhos na qualificação de recursos humanos, transferência de tecnologia e aumento da produtividade na indústria. “As pequenas e médias empresas formam a base do aumento da produtividade no Japão”, disse Toshifumi Murata.

Ele apresentou números comparando os investimentos japoneses no Brasil e na Tailândia para ilustrar a relevância deste nicho. Embora o Brasil tenha uma economia cinco vezes e meia maior que a da Tailândia, o volume de investimentos japoneses em solo brasileiro é apenas 40% daquele aportado no país do sudeste asiático. A diferença pode ser atribuída à pequena presença de empresas japonesas deste porte no Brasil (com faturamento anual de até 1 bilhão de ienes, ou R$ 21 milhões), que é de 117. Na Tailândia, elas já são 2.315 em funcionamento. “Temos muitas oportunidades de crescermos juntos”, disse o executivo.

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