Diretor da CNI aponta mudanças para estimular comércio exterior

Indústria brasileira espera uma maior integração à economia mundial

“O Brasil ainda é um ator tímido na inserção internacional" - Carlos Abijaodi

Aindústria brasileira espera uma maior integração à economia mundial durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. A afirmação é do diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. Ele participou de uma conversa com internautas, no modelo Face to Face, realizada na página oficial da CNI no Facebook, nesta quarta-feira (29).

Segundo Abijaodi, para que o Brasil avance nas relações e acordos comercias, o próximo governo precisa estar atento a questões como a revitalização do Mercosul, o destrave do acordo com a União Europeia e a reforma de instituições de comércio exterior existentes, como a Câmara de Comércio Exterior (Camex), além de fortalecer a atuação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). 

“Esperamos que o Brasil se integre mais à economia mundial, com base numa política comercial mais ativa. Para tanto, há a necessidade que a equipe analise, estude e absorva o conteúdo das nossas propostas sobre o desenvolvimento de mercados”, afirma. 

CUSTO BRASIL - Com relação às exportações de manufaturas, o diretor lembrou que o Brasil é a sétima economia do mundo, no entanto, ocupa o 22º lugar entre os países exportadores e 31ª posição entre os manufatureiros. Para Carlos Abijaodi, a melhor forma de tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior é por meio de uma política comercial mais clara e ambiciosa. “Simultaneamente, ações internas no Brasil devem ser executadas para vencer a falta de competitividade devido ao custo Brasil que encarece o produto manufaturado”, destaca. 

A criação da função de adidos de indústria e comércio nas embaixadas do Brasil no exterior também é apontada como uma das prioridades para o segundo mandato. O objetivo com a criação desses cargos é fortalecer a interlocução do setor privado com o governo no exterior, representando e defendendo in loco e de maneira especializada os interesses da indústria nos principais mercados. “O Brasil ainda é um ator tímido na inserção internacional. Queremos que eles fortaleçam e complementem a atuação do corpo diplomático no exterior”, explica Abijaodi. 

Os adidos de indústria e comércio vão trabalhar em conjunto com o Ministério de Relações Internacionais e, segundo Carlos Abijaodi, poderiam ajudar a mapear barreiras não tarifárias, regulamentos técnicos e práticas ilegais, como dumping e subsídios.

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