CNI defende maior inserção internacional da indústria brasileira

“O Brasil possui uma base industrial bastante diversificada, fabrica do aço ao computador, e esse ativo precisa ser complementado com uma maior exposição internacional”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi

"Construir uma rede eficaz de transporte intermodal é fundamental para acelerar as trocas entre o Brasil e o mundo e para competitividade da nossa economia" - Carlos Abijaodi

Apesar de todas as dificuldades, a indústria nacional ainda reúne condições para se readaptar. “O Brasil possui uma base industrial bastante diversificada, fabrica do aço ao computador, e esse ativo precisa ser complementado com uma maior exposição internacional”, afirmou, nesta quinta-feira (22) o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. Ele participou da abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (ENAEX), no Rio de Janeiro.

Segundo Abijaodi, é preciso correr atrás do prejuízo com ações que possam aprimorar os ambientes público e privado para um salto da competitividade do Brasil. “Construir uma rede eficaz de transporte intermodal é fundamental para acelerar as trocas entre o Brasil e o mundo e para competitividade da nossa economia”, avaliou.

O Brasil, diz o diretor da CNI, está num patamar muito abaixo da média dos países em mesmo estágio de desenvolvimento quando o assunto é infraestrutura logística. A saída para reverter esse cenário seria elevar a densidade de malha ferroviária, expandir e adequar o sistema rodoviário, além de reduzir a defasagem tecnológica da gestão dos portos.

No último ano, o governo deu alguns passos nessa direção. O principal deles foi a promulgação da Lei dos Portos, que amplia a concorrência no setor e tem um grande potencial de reduzir os custos de exportação, expandir os investimentos privados, que podem chegar a R$ 57 bilhões até 2017, e criar mais de 300 mil empregos.

GOVERNO – O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), Daniel Godinho, afirmou durante o evento que governo tem lidado de duas formas com o comércio exterior brasileiro. Uma defensiva e outra ofensiva.

Godinho lembrou que no início do governo da presidente Dilma Rousseff, o câmbio favorável e a crise externa transformaram o Brasil num alvo para o mercado internacional. E, com isso, importações com preços abaixo do cobrado em seus países de origem invadiram o mercado brasileiro numa concorrência desleal.

“Fizemos um reforço na nossa equipe no Departamento de Defesa Comercial, aperfeiçoamos a legislação antidumping para reduzir o prazo da investigação de 15 meses para 10 meses e fizemos um trabalho em conjunto com a Receita para combater ações ilegais no comércio exterior”, afirmou.

PRORROGAÇÃO DO REINTEGRA – Na frente ofensiva, Godinho surpreendeu os presentes ao defender a prorrogação e a ampliação do Reintegra, programa de devolução dos impostos indiretos pagos ao longo da cadeia produtiva.

“O Reintegra é uma medida que beneficia a exportação na veia, com efeitos importantes para o exportador. Há uma dificuldade de renovação por falta de espaço fiscal. Mas quero dizer que o MDIC apoia a renovação e a ampliação do Reintegra. É possível que haja uma solução feliz”, garantiu.

MAPA ESTRATÉGICO – A CNI também tem trabalhado para promover mudanças no cenário global de competitividade do país. Neste ano, lançou o Mapa Estratégico da Indústria. A publicação apresenta a visão do setor industrial e suas metas até 2022 para o Brasil melhor se inserir internacionalmente e enfrentar as profundas transformações na geografia da produção e da inovação mundial.

“Foram listados dez fatores-chave para a competitividade da indústria, entre eles educação, segurança jurídica, eficiência do Estado, tributação, inovação e também desenvolvimento de mercados, em que a palavra de ordem é a maior integração do Brasil à economia global”, diz Abijaodi.

ENAEX 2013 - Participaram da abertura, o presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho, o ministro da Secretaria de Portos, Mario Lima, o presidente da FIRJAN, Eduardo Eugênio Gouvêia, o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, o vice-presidente da AEB e vice-presidente da FIRJAN, Carlos Mariani, o diretor de Comércio Exterior da FIESP, Roberto Gianetti, o presidente de honra da AEB, Benedicto Moreira, o consultor econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Ernane Galvêas.


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