Ciência, tecnologia e inovação são essenciais para a reindustrialização brasileira

Empresário Pedro Wongtschowski sugeriu, durante os Diálogos da MEI, que o Brasil adote uma política de CT&I ambiciosa e de longo prazo para recuperar a indústria e ganhar produtividade e competitividade

A diretora de Inovação da Confederação Nacional da indústria (CNI), Gianna Sagazio, avalia que a ciência, tecnologia e inovação (CT&I) terão papel cada vez mais estratégico para a reindustrialização no país. Ela coordenou nesta segunda-feira (7) a 36ª edição dos Diálogos da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Para a diretora, o Brasil precisa com urgência de aumentar investimentos na área para se tornar mais competitivo globalmente.


“Entender o que está se desenvolvendo no mundo é essencial para pensarmos o papel do Brasil nessa reestruturação global, não só da produção do conhecimento tecnológico, como da produção de bens de alta tecnologia”, destacou Gianna Sagazio.


O empresário Pedro Wongtschowski, líder da MEI e presidente do Conselho de Administração da Ultrapar, alertou que o país vem reduzindo de forma crescente os recursos para pesquisa e inovação. “No período recente, CT&I não tiveram tratamento prioritário no Brasil. Esta é uma agenda que deve ser incorporada como instrumento essencial do aumento da produtividade e da competitividade”, afirmou o líder da MEI. 


“A velocidade de digitalização das empresas brasileiras é muito baixa. Para melhorar a competitividade da nossa indústria, o Brasil precisa de uma política de CT&I ambiciosa e de longo prazo”, acrescentou. 


Wongtschowski listou quatro prioridades para a recuperação da indústria nacional: elevar o investimento público e privado em CT&I a níveis praticados pela média dos países da OCDE; melhorar o ambiente regulatório, especialmente no que diz respeito à desburocratização de processos e segurança jurídica para aplicação de instrumentos de apoio ao empreendedorismo e inovação; formar e capacitar pessoas para o novo contexto tecnológico; e aumentar a efetividade do gasto público em CT&I.

Inovação industrial nos Estados Unidos

Presente à reunião virtual, o diretor de projetos especiais do MIT Office of Digital Learning, William Bonvillian, traçou um panorama sobre como a política de CT&I tem se modernizado nos últimos anos. Segundo ele, o país passou a adotar, a partir da pandemia de Covid-19 e do aumento da competição tecnológica com a China, uma forte política de inovação industrial, com atenção para a manufatura, que permite a realização de todas as etapas da inovação, que incluem a pesquisa, o desenvolvimento, a prototipagem da tecnologia, testes, demonstrações, financiamento de produção, entrada no mercado e criação de mercado expandido.


“A política de inovação industrial implica a intervenção governamental em uma ou mais dessas etapas para promover um avanço tecnológico”, pontuou.


A presidente do Conselho de Competitividade dos Estados Unidos e do Fórum Global dos Conselhos de Competitividade, Deborah Wince-Smith, falou sobre como o sistema de CT&I dos EUA tem auxiliado o crescimento da indústria americana ao longo de toda a história do país. Segundo ela, há hoje uma realidade de muita concentração de poder e de investimentos em poucas companhias, que dominam o mercado. “Essa é a realidade atual, que precisa ser equilibrada. Investir em inovação é fator fundamental para a competitividade de qualquer empresa”, enfatizou.

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