A educação é a semente de transformações mais significativas que temos na sociedade, e um exemplo vivo dessa transformação aconteceu na Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, em Manaus. Lá, um jovem estudante do Ensino Médio, Vitor Gabriel Simões, e sua professora, Ana Caroline Duarte, uniram forças para criar algo extraordinário e inédito: uma tabela periódica 3D totalmente em Braille.
A jornada começou em 2021, quando Vitor, então com 18 anos, desenvolveu habilidades essenciais em modelagem 3D, enquanto integrava a equipe de robótica da escola. Com o apoio do técnico de robótica, Glauco Soprano, ele foi capaz de transferir esses conhecimentos para um projeto ambicioso sugerido por sua professora.
Ana Caroline Duarte, além de docente na Escola SESI, também era responsável pela área de Relações Institucionais do Conselho Regional de Química da 14ª Região (CRQ-XIV) e tinha uma visão: promover a inclusão por meio da ciência. Inspirada por esse desejo, ela propôs a criação de uma tabela periódica acessível a deficientes visuais.
Ao longo de 2022 e 2023, a ideia tomou forma através da parceria entre alunos da escola, da professora Ana, e do CRQ-XIV. O design cuidadoso da tabela, construída com peças de encaixe, garantia sua utilidade prática aos deficientes visuais. Paralelamente, Vitor encontrou oportunidades profissionais no próprio CRQ-XIV, contribuindo para o projeto durante este período.
O ápice desse esforço coletivo foi revelado em setembro de 2024, numa cerimônia na Câmara dos Deputados em Brasília. O evento não apenas destacou a inovação e o comprometimento dos envolvidos, mas também celebrou o rompimento das barreiras ao conhecimento científico.
A repercussão foi imediata: a Tabela Periódica em Braille 3D, agora produzida em larga escala, tornou-se um recurso educacional fundamental, acessível a instituições de ensino de todo o país. E mais do que isso: ofereceu aos deficientes visuais a oportunidade de explorar as maravilhas da química de maneira tangível.
Hoje, Vitor Gabriel não apenas seguiu carreira como técnico em robótica e projetos maker na rede SESI, mas também continua a trabalhar em estreita colaboração com sua mentora, a professora Ana Caroline. Os dois continuam com a missão de promover iniciativas educacionais inovadoras e inclusivas.
A história de empenho da Escola SESI e do CRQ-XIV serve como uma inspiração, mostrando que o ambiente escolar pode ser o berço de ideias que alcançam proporções nacionais. Este feito é um lembrete poderoso de que, através da ciência e da educação, podemos construir uma sociedade mais justa e acessível.
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