Instituto tem laboratório maker e de prototipagem para novos negócios e soluções na área de educação. Foto: Gilberto de Sousa/CNI

As rápidas transformações tecnológicas têm redefinido não apenas a natureza do trabalho, mas também as habilidades exigidas dos profissionais. Diante desse cenário, a inovação no processo de ensino torna-se essencial. Reconhecendo essa necessidade, o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), instituições já conhecidas pela excelência em educação regular e profissional no Brasil, lançaram o Instituto SESI SENAI de Tecnologias Educacionais.

O instituto visa não apenas incorporar, mas também liderar as inovações no campo educacional, criando soluções para a educação 4.0. O foco está em desenvolver novas tecnologias educacionais, garantindo que SESI e SENAI permaneçam na vanguarda da inovação, moldando o ensino e a qualificação profissional com uma perspectiva voltada para o futuro. “Não dá para pensar em uma indústria 4.0 e competitiva adotando uma educação 100% tradicional. A educação precisa ser reinventada”, defende Juliana Gavini, especialista de desenvolvimento industrial do SENAI.

Localizado em Brasília, ao lado do prédio da CNI, o Instituto SESI SENAI de Tecnologias Educacionais também contribuirá com a formação de professores capazes de lidar com as transformações digitais.

"A ideia é abrir um ambiente colaborativo para unir forças e enfrentar os desafios do futuro do trabalho. É por isso que queremos que o instituto pense 10 vezes à frente sobre a educação do futuro", diz Luiz Eduardo Leão, gerente de Tecnologias Educacionais do SENAI.

O momento é mais que oportuno. O setor educacional registrou um crescimento tecnológico expressivo nos últimos anos, especialmente devido à pandemia de Covid-19. De acordo com pesquisa divulgada em 2021 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o uso de plataformas para atividades de ensino e aprendizagem nas escolas urbanas triplicou entre 2016 e 2020, subindo de 22% para 66% no país. Além disso, o estudo revela que 82% das escolas brasileiras já possuíam acesso à internet.

"A educação precisa ser reinventada", afirma Juliana Gavini do SENAI

Parcerias e incentivo a startups

A ideia é que o Instituto SESI SENAI de Tecnologias Educacionais funcione como um centro de inovação, conectando-se a parceiros no Brasil e no mundo, como Google, Huawei, AWS e Totvs. Ele também oferecerá mentoria para transformar ideias em soluções e negócios para a educação e atuará com programas de pré-aceleração e aceleração de startups e busca de investimentos, seguindo o modelo da bem-sucedida Plataforma de Inovação para a Indústria. Além de fornecerem recursos, os programas idealizados pelo instituto proporcionarão conexões para tirar projetos do papel, gerando impacto e transformação.

A estrutura do novo empreendimento fornece suporte para a prototipagem e o desenvolvimento de ideias e negócios, contando com showroom para divulgar e experimentar novas tecnologias, ambiente de trabalho colaborativo, laboratórios de tecnologias avançadas, como cibersegurança e indústria 4.0, além de um espaço maker e de um ambiente de ideação e criatividade.

A proposta é que o instituto do SESI e do SENAI se torne um ponto de convergência para startups, empresas, investidores, institutos, escolas e universidades. “O SESI já é referência em educação e no uso de tecnologias em sala de aula para o aprendizado. O novo instituto também terá um centro direcionado a formar professores em tecnologias específicas que serão adotadas nas escolas, para que possam utilizá-las a seu favor. Um exemplo disso é o uso da inteligência artificial para construir um plano de aula”, destaca Paulo Mól, Diretor de Operações do SESI.

Outro objetivo do instituto é fomentar a abertura de um novo nicho de negócio no Brasil: o mercado de startups direcionadas para a educação profissional. De acordo com o Mapeamento Edtech 2022, estudo que elenca dados sobre as chamadas EdTechs - empresas que desenvolvem soluções tecnológicas para a educação -, há 813 delas ativas no país, atuando em áreas como inteligência artificial, machine learning, gamificação e realidade virtual, entre outras. Praticamente todas estão voltadas à educação regular. “Há uma lacuna com boas oportunidades no âmbito da educação profissional, e o SENAI pode ser não só um grande cliente, como um parceiro”, avalia Luiz Eduardo Leão.

Pilares do Instituto SESI SENAI de Tecnologias Educacionais