SESI e SENAI abrem 2 mil vagas para programa de inglês pelas redes sociais

Programa Conexão Mundo oferecerá aulas de inglês via Facebook, hangouts e uma plataforma de ensino a distância

Em 2013, 47 estudantes participaram de intercâmbio nos Estados Unidos pelo programa

Em março as escolas do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) começam o processo para selecionar 2 mil estudantes para participar do programa Conexão Mundo. Ao todo, 31 escolas de 18 estados oferecerão aulas de inglês via Facebook, hangouts e uma plataforma de ensino a distância. Após as aulas, os cem estudantes que apresentarem maior evolução na língua viajarão gratuitamente para os Estados Unidos para um intercâmbio cultural de duas semanas.

Para concorrer, o aluno deve estar matriculado em uma das 31 escolas inscritas neste ano (acesse a relação no fim da reportagem). Os interessados farão uma prova para avaliar os conhecimentos de fala, leitura, audição e escrita de inglês. “Utilizamos uma metodologia pioneira e que tem gerado ótimos resultados. A velocidade do aprendizado é muito grande”, diz o diretor-adjunto de Educação e Tecnologia do SESI e do SENAI, Sérgio Moreira.

Segundo ele, quem participa do Conexão Mundo aprende se divertindo, e não por obrigação. “O inglês é essencial para o mundo globalizado. Não há indústria atualmente que não esteja inserida em cadeias globais e os melhores profissionais precisam saber inglês, é algo essencial”, completa Moreira. Ele também falou sobre a adoção do programa em outras escolas. Ouça clicando aqui.

PASSO A PASSO – Desenvolvido em parceria com a ONG US-Brazil Connect, o programa Conexão Mundo tem duração de cinco meses, dividido em três etapas. Na primeira, os alunos participam das aulas virtuais, feitas pelo Facebook, hangouts (bate-papos com webcam pelo Google) e uma plataforma virtual de aprendizado. Nas aulas e atividades a distância, os alunos brasileiros interagem pela internet com monitores americanos, que são estudantes ou professores de colégios profissionalizantes, congêneres do SENAI, nos Estados Unidos. Cada monitor é responsável por uma turma de 10 a 12 brasileiros.

Depois dos dois primeiros meses, na segunda etapa, os monitores americanos vêm ao Brasil para dar aulas presenciais por 20 dias. Essas aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, entre junho e julho, no período de férias dos brasileiros, e envolvem dinâmicas, jogos e simulação de situações comuns do mercado de trabalho. Em seguida, a terceira etapa segue com mais dois meses de aulas pela internet.

Finalmente, os 5% dos alunos que se destacaram durante o programa ganham 15 dias de imersão nos Estados Unidos. Na viagem, eles ficam em casas de família, conhecem escolas, universidades, museus, entre outros, tudo para praticar o que aprenderam.

Durante as aulas, os alunos realizam atividades como festivais de música e dança

Para a estudante do 3º ano do ensino médio do Recife (PE) Vanessa Oliveira, de 16 anos, o melhor do programa intensivo foram as novas amizades que fez e a rede de contatos construída. “Além de melhorar muito a pronúncia com os hangouts e com as aulas presenciais com americanos, eu fiquei amiga deles, conheci gente de outros estados, isso foi muito positivo. Estar em contato com outras culturas é muito bom”, disse ela, que estuda Manutenção Automotiva no SENAI. Vanessa participou do Conexão Mundo no ano passado e viajou com outros 46 colegas para o intercâmbio nos Estados Unidos.

Um deles é o estudante Gustavo Lucas Melo. De Maceió, ele espera, ansioso, o início das aulas no curso de Física da Universidade Federal de Alagoas. Aprovado no último vestibular, após concluir o ensino médio na escola articulada do SESI com o SENAI, ele conta que a experiência obtida com o Conexão Mundo será fundamental na construção da carreira. “No meu curso, os melhores livros são em inglês. Meu sonho é ser pesquisador, pretendo estudar nos Estados Unidos ou na Inglaterra e agora que sei que o idioma não vai ser um problema”, conta.

Para Vinicius Braga Pereira, também da capital alagoana, o principal ganho é a confiança para se comunicar no inglês. “Tento manter contato com todos do Conexão Mundo diariamente para praticar. A experiência que tive no intercâmbio nos Estados Unidos fez com que eu me soltasse mais e hoje consigo me comunicar bem”, diz. Ele participou do programa no ano passado quando estava no 2º ano do ensino médio, em Maceió.

INCLUSÃO – Em 2013, o estado de Alagoas apresentou uma novidade ao programa de inglês. Pela primeira vez, alunos com deficiência participaram do Conexão Mundo. Dos 50 estudantes, dois tinham deficiência auditiva. “Eles interagiam como podiam, seja com vídeos, fotos ou cartazes. Além de aprender o inglês, eles aumentaram a auto-estima e ganharam mais confiança. Viram que são capazes de acompanhar um programa de idiomas como qualquer outro aluno”, diz a coordenadora do programa em Alagoas, Francis Britzky.

HISTÓRICO - O Conexão Mundo foi criado em 2012. No primeiro ano, atendeu 200 estudantes de Salvador (BA). Em 2013, o programa foi estendido para 800 participantes de sete cidades: Belo Horizonte (MG) , Joinville (SC), Macaé (RJ), Maceió (AL), Recife (PE), Porto Velho (RO) e Salvador. Desses 800 estudantes, 700 eram de escolas do SESI e do SENAI e outros 100 de escolas públicas, mas que cursavam cursos técnicos do SENAI via Pronatec. No fim do ano passado, um convênio firmado entre a CNI e o US-Brazil Connect ampliou o número de vagas do programa para um total de 2 mil.

QUALIFICAÇÃO - Com o programa, o sistema indústria proporciona experiências únicas de qualificação para os brasileiros. Esse tipo de iniciativa, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ajuda o Brasil a construir uma rede de profissionais bem preparados para o mercado de trabalho tornando o país mais forte e competitivo.

1- O Departamento Nacional do SESI e do SENAI lança um edital para convocar os Departamentos Regionais que atuam com educação articulada, de todo o Brasil, a participar do programa. 

2- Os DRs interessados devem enviar propostas qualitativas, que serão avaliadas pela equipe do DN e USBC. 

3- Se aprovadas, as unidades passam a oferecer o programa, que pode ser realizado em parceria com escolas públicas do estado, via Pronatec. 

4- Para escolher os alunos, as escolas promovem uma seleção para avaliar o conhecimento de inglês de cada um. 

5- Os alunos só precisam ter acesso à internet e contas no Facebook e no Google para participar das aulas virtuais. 

6- Durante as férias escolares, a equipe americana passa 4 semanas no Brasil ministrando aulas presenciais para os alunos brasileiros. 

7- Após cinco meses de aulas, cerca de 5% dos alunos são selecionados para um intercâmbio nos Estados Unidos, por duas semanas, com tudo pago. A escolha é baseada em critérios de avaliação definidos pelo programa.

Aparecida de Goiânia (GO) 
Aracaju (SE) 
Belém (PA) 
Blumenau (SC) 
Cacoal (RO) 
Cariacica (ES) 
Contagem (MG) 
Corumbá (MS) 
Cuiabá (MT) 
Curitiba (PR) 
Dourados (MS) 
Jaraguá do Sul (SC) 
Joinville (SC) 
Linhares (ES) 
Macapá (AP) 
Maceió (AL) 
Manaus (AM) 
Natal (RN) 
Petrolina (PE) 
Pinhais (PR) 
São José dos Pinhais (PR) 
Porto Velho (RO) 
Recife (PE) 
Salvador (BA) 
São Luís (MA) 
Taguatinga (DF) 
Três Lagoas (MS) 
Várzea Grande (MT) 
Vespasiano (MG) 
Vila Velha (ES) 
Vitoria (ES)

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