Sem medo de Matemática! Disciplina é ensinada de maneira prática no novo ensino médio do SESI

No dia nacional da Matemática, a gente mostra o modelo que tira o aluno do contexto só de sala de aula e prova que a matemática está no mundo em que ele vive, no dia a dia de todos

Hoje é o dia nacional da Matemática. E a gente te pergunta: o que um bolo tem a ver com a relação dos logaritmos e com os impulsos nervosos? Qual a relação da evolução da matemática com a importância dela na construção da nossa sociedade atual?

Pois esses são apenas dois exemplos do que os alunos do novo ensino médio do Serviço Social da Indústria (SESI) estão descobrindo dentro da matemática.

Teve gente que construiu um teodolito caseiro (instrumento que serve para medir ângulos), aplicando trigonometria, para calcular a altura do prédio da sala de aula ou aplicando os conhecimentos de equações para a construção de um gerador de eletroímã. “Isso é matemática vivenciada”, explica o professor Luís Adolfo de Oliveira Cavalcante, de Aparecida de Goiânia.

Ele, que dá aula há cinco anos, faz parte do Projeto Piloto de implantação do novo ensino médio na escola e conta que o novo ensino “abriu muitas possibilidades de trabalhar a matemática com um olhar mais holístico, humano, com outras ciências, aplicável na vida dos alunos e com o que vão vivenciar no contexto profissional”, disse.

O novo ensino médio trabalha com o conceito de ‘sala invertida’, onde, primeiro, os alunos são provocados a conhecer e pesquisar tudo sobre o tema que será dado em sala de aula para, somente depois, o professor abordar o assunto.

O tema era trigonometria e os alunos do 2º ano, da Escola SESI José Carvalho, em Feira de Santana, na Bahia, caíram em campo e começaram a se perguntar, por exemplo, o que o triângulo tem a ver com a vida de cada um deles. “Existe o triângulo no seu cotidiano? Vamos buscá-lo. E, então, saímos pela área da escola procurando.“, relembra a professora Aline Falconeri Carneiro Bahia.

Para ela, o novo modelo tira o aluno do contexto só de sala de aula, da aula expositiva, e mostra que, no mundo em que vive, as matérias, a disciplina, tudo está presente. “Eles aprendem numa certeza de que o conhecimento será algo concreto e não somente um conteúdo que vai ser absorvido e guardado numa caixinha. Sabem que aquilo que aprenderam terá um fundamento pra a vida deles”, conta.

Em Aparecida de Goiás, o professor Luís Adolfo reconhece que o Novo Ensino Médio é desafiador e explica que trabalha com seus alunos a teoria de rotação por estações de aprendizagem. “No começo do ano, ofereço para eles as bases do que seriam os conhecimentos prévios e habilidades mínimas que precisarão ao longo do ano e, depois, pego estes conceitos e deixo para que escolham o que querem estudar primeiro”, disse. A partir disso, ele conta que os alunos vão pesquisando os temas, levando sempre em conta o contexto histórico, sociológico e aplicações.

“Tudo o que eles pesquisaram é trazido como se estivesse de uma maneira solta. Na aula, a gente fecha o ciclo para eles. Como se estivéssemos amarrando o conceito de tudo que eles pesquisaram anteriormente”, complementa Aline.

E nessa de fazer da matemática uma parceira do dia a dia, os alunos do professor Luís fizeram até rap de análise combinatória e função afim. Dá pra acreditar? Aperte o play e divirta-se aprendendo! 

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