David é de Itabira (MG)
Se fosse pela influência do pai, que é pedreiro, talvez David Silva hoje estivesse em um canteiro de obras. Talvez estivesse se preparando para o mundial de profissões, a WorldSkills São Paulo 2015, em alguma ocupação ligada a construção civil. É que ele sempre acompanhava o pai. “Eu tinha muita curiosidade sobre esse setor. Queria entender como funcionava e comecei a gostar. Eu pensava em fazer engenharia civil”, lembra. David até começou a fazer um curso técnico em Edificações, mas não chegou a concluir.
O destino do mineiro de Itabira (MG) começou a mudar pela influência de amigos. “Na época tinha muita gente fazendo SENAI na minha cidade, por causa do nome da instituição e da chance de conseguir um emprego. Meu vizinho tinha acabado de fazer o curso de caldeiraria e elogiou muito. E eu fiquei com vontade de fazer também”, diz.
Foi então que aos 16 anos de idade, David começava a fazer o curso de Aprendizagem Industrial em Caldeiraria no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), de Itabira. “No começo eu não gostava muito e achava muito pesado. Mas aos poucos tudo foi mudando. É bacana quando você entrega um produto bem feito, com qualidade. E aí eu comecei a pensar que podia conciliar a caldeiraria com uma faculdade de engenharia civil e uma especialização em estruturas metálicas. Mas ainda não fiz os planos”, afirma.
David conta que no curso de Caldeiraria ele aprendeu a fazer a manutenção, preparação de soldas em materiais metálicos, cortes de chapas e montagem. “O caldeireiro transforma chapas de aço em diferentes peças, como por exemplo, uma tubulação”, explica. O caldeireiro é o responsável pela fabricação de peças e equipamentos a partir da conformação de chapas que podem ser de aço.
“O caldeireiro pode fazer muita coisa. É um setor muito amplo. No Rio de Janeiro, a caldeiraria é mais voltada para a área de tubulação, por causa da Petrobras”, afirma. Ele diz ainda que no caso de Minas Gerais, o setor é muito voltado para a montagem de estruturas metálicas gigantes para pontes ou galpões.
Ao tomar gosto pela profissão, David acredita que o SENAI foi fundamental nesse processo. “O SENAI mudou tudo que eu pensava sobre a vida profissional. Entrei sem saber nada e aprendi tudo que eu pude, principalmente a aplicação diária de tudo que eu aprendi em sala de aula”, diz David que mostra muito otimismo com o mercado de trabalho. “É um setor muito grande que me permite trabalhar como serralheiro até montador. Foi uma ótima escolha”, ressalta.
Sobre o futuro, David ainda tem algumas dúvidas. Ele diz que estuda diversas possibilidades e que foi mudando de ideia ao conhecer lugares e pessoas diferentes. “Gosto muito da minha área, mas às vezes penso em montar uma empresa de vendas online. Ainda estou analisando o que vou fazer nos próximos anos”, conta.
Mas de uma coisa David não tem dúvidas. Ele acredita que o Brasil vai ter um ótimo desempenho na WorldSkills São Paulo 2015. O mineiro considera que a disputa “em casa” é melhor porque evita o desgaste de viagens longas para o exterior. E para essa disputa, David só pensa numa coisa. “Por enquanto minha meta é ganhar o ouro”, finaliza.
A WORLDSKILLS - O Brasil será representado por 56 jovens profissionais técnicos na 43ª edição da WorldSkills Competition, que será realizada em São Paulo de 11 a 16 de agosto. Essa é a maior delegação já reunida pelo país para a competição. Na WorldSkills, os 1.200 competidores, todos com menos de 22 anos de idade, de 62 países, disputam medalhas em 50 profissões da indústria e do setor de serviços.
Ao longo de quatro dias de provas, eles precisam alcançar índices de excelência ao executar tarefas semelhantes às que realizariam em situações reais do dia a dia das indústrias ou no setor de serviços. Todos são avaliados pelas habilidades técnicas e pessoais.
SAIBA MAIS - Saiba tudo sobre a WorldSkills São Paulo 2015. Acesse o site da disputa . Para conhecer os outros competidores brasileiros, acesse o site da Olimpíada do Conhecimento/WorldSkills, do SENAI .
