Carlos planeja trabalhar como engenheiro no Canadá ou Austrália

Educação profissional pode ajudar os jovens a construírem a carreira sobre bases mais sólidas, como aconteceu com o mineiro de Pedro Leopoldo

Carlos é de Pedro Leopoldo (MG)

Quando tinha 17 anos, Carlos Rubens Teixeira Júnior havia terminado o ensino médio. Para ganhar tempo, enquanto se preparava para o vestibular de Engenharia de Minas, ele decidiu, no primeiro semestre de 2012, fazer o curso de Aprendizagem em Manutenção Elétrica Industrial na unidade do SENAI em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Gostei muito do curso e vi que minha área não seria mineração, mas elétrica”, diz Carlos. Ele decidiu que a opção para o vestibular seguinte era Engenharia Elétrica e, mesmo depois da aprovação, Carlos optou por continuar no SENAI e, um ano depois, já estava treinando para a Olimpíada do Conhecimento.

Carlos é um bom exemplo de como a educação profissional pode ajudar os jovens a construírem a vida profissional sobre bases mais sólidas. No curso, Carlos Rubens preparou-se para fazer instalações, manutenções e testes em redes elétricas de baixa tensão. Se não tivesse experimentado a área de elétrica na aprendizagem industrial, poderia levar anos até descobrir sua verdadeira vocação. Mas essa foi a apenas a primeira mudança que a educação profissional trouxe à vida do estudante.

Também foi no SENAI que ele conquistou uma vaga para competir na WorldSkills e concorrer ao título de melhor eletricista industrial do mundo. O gosto pelas ciências exatas e a dedicação aos estudos desde o ensino médio foram decisivos para essa conquista. Ao se destacar entre seus colegas, foi convidado para treinar para a fase estadual de Minas Gerais da Olimpíada do Conhecimento em 2013. Saiu da competição com a medalha de bronze.  “Mas no desempate com os outros dois competidores, eu me saí melhor e acabei conquistando uma vaga para representar Minas Gerais no Nacional.”

A segunda fase de mudança começou quando ele começou a se preparar para as competições de educação profissional. Para estar em um centro mais bem estruturado na área de eletricidade, Carlos Rubens precisou mudar para Divinópolis (MG) e, com isso, trancar a faculdade. “O problema não foi sair da cidade. Foi interromper a faculdade, sair do inglês e a distância da família. Sinto falta das coisas comuns da minha vida lá”, lembra nostálgico. Carlos é irmão do meio; tem um irmão mais velho e uma irmã mais nova. Em Pedro Leopoldo (MG), morava com os dois, a mãe e o padrasto.

PLANEJAMENTO E DETERMINAÇÃO - Vencer a etapa nacional da Olimpíada do Conhecimento em 2014 acabou levando-o para ainda mais distante da família. A maior parte do treinamento para alcançar o índice internacional e conquistar a vaga na WorldSkills São Paulo foi feita em Brasília (DF). Foi nos três meses de preparação na capital que ele melhorou duas características que, segundo ele mesmo, são os trunfos para ganhar a competição: planejamento e capacidade de contornar situações adversas.

Nas duas últimas edições da WorldSkills, realizadas em Leipzig, na Alemanha (2013) e em Londres (2011), os competidores do Brasil trouxeram dois certificados de excelência para casa. Agora, Carlos quer subir no pódio e ganhar uma medalha.  “Já está passando da hora da Eletricidade Predial ganhar uma medalha. Temos o conhecimento. Agora é focar no ouro e não vacilar na prova”,  planeja.

Depois da competição, Carlos pretende voltar para casa, em Pedro Leopoldo. “No fim do ano, retomo a faculdade e tenho vontade de trabalhar dando aula para conseguir me dedicar mais ao curso superior”, diz. No futuro, o jovem que alçou os primeiros voos com a ajuda da educação profissional, pensa em ir mais longe e trabalhar como engenheiro no Canadá ou na Austrália.

A WORLDSKILLS - O Brasil será representado por 56 jovens profissionais técnicos na 43ª edição da WorldSkills Competition, que será realizada em São Paulo de 11 a 16 de agosto. Essa é a maior delegação já reunida pelo país para a competição. Na WorldSkills, os 1.200 competidores, todos com menos de 22 anos de idade, de 62 países, disputam medalhas em 50 profissões da indústria e do setor de serviços.

Ao longo de quatro dias de provas, eles precisam alcançar índices de excelência ao executar tarefas semelhantes às que realizariam em situações reais do dia a dia das indústrias ou no setor de serviços. Todos são avaliados pelas habilidades técnicas e pessoais.

SAIBA MAIS - Saiba tudo sobre a WorldSkills São Paulo 2015. Acesse o site da disputa. Para conhecer os outros competidores brasileiros, acesse o site da Olimpíada do Conhecimento/WorldSkills, do SENAI.

 

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