Jovem dispensou primeiro emprego para competir na WorldSkills 2019

Com sede de conhecimento, o paulista Evan treina há três anos e agora se prepara para disputar a modalidade Manufatura Integrada no mundial de educação profissional

Quando terminou o curso de aprendizagem em Mecânica de Usinagem, no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Bauru, São Paulo, Evan Benício Sobral Filho recebeu uma proposta quase irrecusável. Aos 17 anos, ele seria contratado por uma indústria para atuar em sua área de formação. Entretanto, no mesmo mês, o jovem foi convidado a treinar para seletivas estaduais da WorldSkills, o maior torneio mundial de profissões técnicas.

Sem arrependimentos, a opção escolhida foi abrir mão do emprego e tornar-se parte de uma equipe com outros dois colegas para competir na categoria de manufatura integrada. “Foi a melhor decisão da minha vida”, diz o Evan, agora com 20 anos.

O trio se preparou por dois anos e meio e ganhou a etapa de São Paulo. Em seguida, a mesma equipe treinou por mais oito meses e venceu a etapa nacional e agora, se preparam para o campeonato internacional, que acontece em Kazan, na Rússia, em agosto deste ano.

“É muito aprendizado, muito, muito. Você pensa para frente, quer buscar sempre mais conhecimento”, revela.

A modalidade de Manufatura Integrada tem tudo a ver com o que Evan gosta de fazer desde criança: montar e desmontar, inventar formas de transformar madeira em brinquedos e fabricar carrinhos de rolemã. “No começo do curso eu pensava em obter o diploma, arrumar um emprego e ganhar dinheiro para pagar a faculdade de Engenharia Mecânica”, lembra.

Agora, as prioridades mudaram. Ele se apaixonou pelo mundo das competições e explica que pretende trazer o ouro em sua modalidade. “Quero levar o Brasil para o topo do pódio, representar bem a minha nação. O aprendizado que teremos lá vale para a vida inteira”, empolga-se Evan com alegria contagiante, olhos úmidos e voz firme.

Ao voltar da WorldSkills, ele quer treinar os jovens profissionais que vão representar o Brasil na competição em 2021 e depois, deseja montar sua própria empresa de engenharia. “Quero transmitir meus conhecimentos, mas também penso em ser engenheiro, ter os meus projetos e desenvolvê-los”, planeja.

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