
Aos 20 anos, Bruna Alessandra Pinto Vieira não passa pela crise de ansiedade que geralmente domina os jovens sobre seu futuro profissional. Há cinco anos, enquanto fazia o ensino médio, ela decidiu que não podia ficar a toa em casa a tarde e se matriculou no curso técnico de Design no SENAI. Não se identificou muito e mudou para o curso técnico de Panificação na Unidade do SENAI Américo Renê Giannetti, em Belo Horizonte. Ela diz que é na cozinha que coloca toda a sua paixão.
Mineira de Belo Horizonte, Bruna ficou em primeiro lugar na etapa nacional de Jovens Padeiros em 2018 e no início do ano foi representar o Brasil na França. Foi sua primeira viagem internacional. Agora, ela se prepara para representar o país na WorldSkills 2019, em Kazan, na Rússia, em agosto, na modalidade de Confeitaria.
“Decidi pela confeitaria em 2014, quando vi a Olimpíada do Conhecimento que ocorreu em BH e achei muito bacana. Mudei de curso e há dois anos me preparo para a WorldSkills. Quero dar o meu melhor e mostrar o que eu estou treinando para fazer, o amor que eu sinto em tudo o que eu faço, porque eu gosto muito do que eu faço”, explica a competidora.
Totalmente dedicada à competição, Bruna tem pouco tempo para ler, ouvir música e fazer atividades ao ar livre, como gosta. Mas todo esforço vale a pena, segundo ela. De tão apaixona pela Panificação, Bruna conclui no ano passado a Faculdade de Gastronomia. Mas seu plano é conquistar um lugar no pódio na Rússia e voltar para o Brasil para ensinar jovens adolescentes no mesmo ofício.
“Quero trabalhar na área de educação ensinando as pessoas, porque eu vi isso no SENAI e achei muito legal. O SENAI é um ótimo lugar. Geralmente quando a gente volta da competição, eles pegam esses alunos para trabalhar na escola. Quero fazer pós, mestrado, doutorado e quem sabe também sair do Brasil e trabalhar em outros lugares com educação e panificação”, afirma.
Bruna explica que participar das seletivas da WorldSkills abriu infinitas oportunidades e perspectivas. “Tudo o que a gente aprende aqui é muito difícil de conhecer e aprender em outros lugares. É muita coisa e em muito pouco tempo. Nem se eu ficasse estudando por cinco anos em outros lugares, teria o conhecimento que adquiri nos últimos meses”, explica.
A mãe é formada em Normal Superior e dá aulas para crianças, o pai trabalhou boa parte da vida como vigilante de carro forte, mas agora está desempregado. Ela mora com eles e com o irmão de 10 anos.