Escolas do SESI planejam 2021 com ensino presencial e a distância

Retomada das aulas presenciais permanece um desafio. Cartilha do SESI nacional reforça medidas sanitárias

As escolas do SESI/DF abriram em outubro apenas para reforço pedagógico no contraturno

Garantir a conclusão do calendário letivo de 2020 e planejar o início das atividades de 2021 em um cenário tão incerto e diverso, que varia entre regiões do país e dentro de um mesmo estado, é um desafio para o qual o Serviço Social da Indústria (SESI) está preparado. Depois de meses de aprendizado e adaptações, há exemplos bem sucedidos entre os 526 centros de educação, que conseguiram consolidar o ensino à distância e híbrido.

Para orientar os departamentos regionais (DRs) de cada estado, a equipe do SESI nacional elaborou um documento com as medidas sanitárias e de segurança. Com o Guia SESI para Retorno às Aulas Presenciais em Tempos de Covid-19 , os DRs podem estabelecer um plano de retomada, que deve seguir o calendário e as determinações dos governos estadual e municipal. 

Em Pernambuco, as ações começaram a ser colocadas em prática em outubro. A gerente de Educação do SESI/PE, Mirella Barreto, lembra que o estado autorizou a volta gradual. Primeiro o ensino médio e depois, em novembro, o ensino fundamental, sendo que cada ano retornou em uma semana. Para garantir a segurança dos 6 mil alunos e quase 200 colaboradores da rede, as orientações da cartilha ganharam um formato diferente, um vídeo com a participação de estudantes de diferentes unidades.

Ao receberam o vídeo, uma cartilha e um informe da campanha de retorno consciente, os pais e alunos preencheram declaração optando pelo ensino presencial ou remoto, que já funcionava desde maio. Mirella lembra que o processo começou em abril, com a capacitação dos docentes, passando pela informatização das salas, até chegar ao modelo híbrido.

“Estamos aprendendo demais. Foram cinco anos em um. Em um mês, tive que capacitar toda a equipe, para uso da ferramenta. Professores de quadro branco viraram youtubers. Em maio, voltamos remotamente. Todas as salas ganharam internet, computador, câmera e data show”, lista.

Segundo ela, hoje, o percentual varia, mas, em média, as turmas estão com 30% da totalidade. As aulas são transmitidas ao vivo e, se a quantidade de alunos em sala é maior do que o distanciamento permite, há rodízio semanal. Assim eles conseguem manter o controle e suspender as atividades de toda a unidade por sete dias se há algum caso suspeito, e mais sete dias se há confirmação.

Saúde mental e atividades extracurriculares

Paraíba e Distrito Federal têm um cenário diferente. Apesar da autorização para as instituições de ensino no DF, as escolas do SESI abriram em outubro apenas para reforço pedagógico no contraturno. Já na PB, a orientação do governo estadual foi não retomar o ensino regular presencial neste ano.

Para 2021, enquanto não houver vacina, a expectativa é que o ensino seja híbrido. Além dos projetos pedagógicos extracurriculares, há uma preocupação com a saúde mental dos professores. 

Em Pernambuco, projeto literário de distribuição livros, neste ano, ocorreu em drive thru

“Passamos três meses ‘enxugando’ alguns projetos, como o Lab Enem e Lab Coach, que trabalha as habilidades para a prova. Mas já retomamos, sendo que as equipes de robótica e de iniciação científica estão indo para trabalhos específicos e respeitando as medidas, com álcool em gel, medição da temperatura, uso de máscara, distanciamento”, explica a gerente executiva de Educação do SESI Paraíba, Katharine Hluchan. No estado, são quatro escolas de ensino médio, com 1.076 alunos e a equipe pedagógica formada por 150 pessoas.

Calendário letivo

Em comum, os DRs comemoram o encerramento do ano letivo sem prejuízo aos alunos. “Iríamos encerrar no início de dezembro, mas, como ficamos com 11 dias úteis de março sem decisão do que faria, vamos até 30 de dezembro, cumprindo cargas horárias da matriz curricular. Também conseguimos realizar várias atividades extracurriculares”, ressalta Mirella, citando como o exemplo o projeto literário de distribuição livros, que, neste ano, ocorreu em drive thru.

“Março, não passamos mais de uma semana sem aula. Como são familiarizados com tecnologia, só situações pontuais, de alunos mais carentes, que tivemos o cuidado de não faltar nada, se não tinha computador, ia pelo whatsapp. A gente não parou em nenhum momento, continuamos com as aulas remotas e iremos concluir 2020 dentro do prazo”, celebra Katharine.

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