Educação voltada para atividades produtivas será fundamental no pós-pandemia

Especialistas acreditam que Brasil terá oportunidade de incluir o jovem no mercado, se atrelar a Educação Profissional às novas demandas da indústria

“Os novos postos de trabalho que serão criados vão demandar competências de níveis muito mais sofisticados" - Cláudia Costin

A atual crise gerada por conta da pandemia do coronavírus vai exigir mudanças nas políticas educacionais voltadas ao jovem brasileiro. Somente com uma educação profissional de qualidade, vinculada às novas necessidades tecnológicas que surgirão num mercado de trabalho pós-pandemia, será possível retomar o crescimento e corrigir as desigualdades sociais.

A avaliação é consenso entre especialistas que participaram do 4º Webinar da Coalizão Parlamentar pela Educação, realizado nesta sexta-feira (29). A educadora Cláudia Costin acredita que o atual momento exige que o país “deixe de dar as costas” aos 80% de jovens que anualmente concluem o ensino médio e não vão para nenhuma universidade por causa da falta de vagas.

Segundo ela, especialmente por causa de preconceito com o ensino técnico, o Brasil acaba não oferecendo alternativas aos jovens que não conseguem entrar numa universidade, e isso, além de reduzir a produtividade do país, aumenta a desigualdade social.

“Os novos postos de trabalho que serão criados vão demandar competências de níveis muito mais sofisticados do que a escola está oferecendo hoje”, comentou.

Para a consultora do Itaú, Ana Inoue, é preciso oferecer ao jovem oportunidade de aprendizado com foco na empregabilidade, e de forma cada mais integrada ao que vem sendo aprendido por ele no ensino médio. A especialista citou o trabalho que vem feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) neste sentido.

“Na indústria, o que o SENAI tem é uma referência. A gente tem levado essa discussão pra vários estados, e a instituição sempre está presente porque eles tem um trabalho que traz racionalidade para um campo que, geralmente, não é tratado com racionalidade”, disse Ana fazendo referência ao conhecimento da instituição com relação a quais setores da indústria terão abertura de vagas, em quais estados da federação, e quais conhecimentos serão exigidos para que o profissional consiga aquela vaga.

O diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, destacou que as mudanças no ensino médio são urgentes. “A reforma no ensino médio é uma oportunidade. Estamos vendo um esforço muito grande por parte dos estados no sentido de buscar por programas educacionais que incluam o jovem e que promovam este debate com o setor produtivo”, afirma.

Lucchesi destacou o Mapa do Trabalho Industrial e o Observatório Tecnológico como instrumentos que podem ajudar o país neste sentido.

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