Conselhos para um jovem aprendiz: aposte na educação de qualidade

Eles fizeram aprendizagem no SENAI em diferentes estados e tiveram suas trajetórias transformadas graças à formação profissional

Quando somos jovens, tomamos decisões que transformam nossas vidas de diferentes formas. Para Gabrieli Moreira, Luíza Queiroz e Almiro Martins, a mudança veio a partir da escolha da educação.

O trio encontrou oportunidades no Programa Jovem Aprendiz do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), um dos cinco maiores complexos de educação profissional do mundo. Com uma formação de qualidade, as portas no mercado do trabalho se abriram; e, mais que conquistar o tão sonhado primeiro emprego, os três construíram as bases para ir cada vez mais longe. 

Aprendiz, competidor da WorldSkills, engenheiro e mestre pelo ITA

Nascido em Ouro Verde de Goiás, interior do estado, Almiro Martins da Silva Neto, 32 anos, sempre gostou de estudar.  O interesse pela engenharia apareceu logo cedo, enquanto ajudava o pai, Luiz Fátimo, que trabalhava na agropecuária.

“Meus pais viram que eu estava tendo uma oportunidade que eles não tiveram, e eles me ajudaram muito, de todas as formas possíveis”, relata.

Aos 14 anos, foi aprovado no processo seletivo da unidade do SENAI de Anápolis para cursar Mecânica Geral. Devido ao custo do transporte entre municípios, Almiro  não pôde vivenciar a parte prática na empresa, mas aproveitou o período para estudar ao máximo.

Em 2010, já no curso técnico, ele se destacou entre os colegas de turma, e participou das principais competições de educação profissional do país e do continente, a Olimpíada do Conhecimento e a WorldSkills Americas. Além de figurar entre os dez melhores de ambos os eventos, ele conquistou um diploma de excelência na área de Desenho de Engenharia Mecânica AutoCAD.

Nos anos seguintes, o ex-aprendiz emendou uma sequência de realizações: graduou-se em Engenharia Mecânica, finalizou o curso técnico na área e tornou-se mestre em Engenharia Aeronáutica e Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)


“O programa jovem aprendiz está aí para abrir a cabeça do adolescente, para mostrar o que se pode alcançar na vida profissional. Eu vim de escola pública e sempre fui muito estudioso, e aquela era a chance que eu tinha para tentar buscar melhorias”, compartilha.


Com um currículo extenso, ele decidiu voltar para a escola para ser uma inspiração e ensinar a toda uma nova geração como “aprender a aprender”. Atualmente, Almiro trabalha como Supervisor Técnico do SENAI.

O desafio de conseguir e manter um emprego na pandemia

Em busca de primeira experiência profissional desde os 14 anos, a determinação sempre guiou Gabrieli Moreira dos Santos. Moradora de Panambi (RS), município conhecido como Cidade das Máquinas, ela enxergou na indústria a chance de entrar no mercado de trabalho, e apostou na educação para garantir seu espaço.

Gabrieli afirma que apesar de carecer de conhecimentos práticos, em razão da pandemia, sua base teórica auxiliou para que rapidamente dominasse a operação do maquinário.

A jovem ingressou no curso Mecânico de Usinagem CNC (Controle Numérico Computadorizado) do SENAI, e no início de 2020, quando colocaria em prática o que aprendeu na teoria, a pandemia da Covid-19 fez com que continuasse o processo de forma remota. Além disso, a jornada profissional que iniciava na Bruning Tecnometal, empresa de usinagem, também foi interrompida. 

Apesar da situação atípica, a persistência de Gabrieli fez com que não apenas se formasse no curso, como também a recolocou na mesma empresa onde foi jovem aprendiz. Hoje, aos 20 anos, a profissional desempenha a função de operadora de usinagem, e põe em prática tudo que aprendeu durante a formação.  


“A vivência como aprendiz abriu portas para mim. Apesar da pandemia, eu pude expandir bastante os meus conhecimentos. Se não fosse por essa experiência, não estaria onde estou agora”, declara.


A descoberta de uma profissão com a aprendizagem

Em 2015, aos 18 anos, Luíza de Queiroz Rodrigues tinha muitas dúvidas sobre qual área profissional escolheria. Enquanto isso, ocupava cargos de atendente e lojista de comércios em Salvador (BA).

“No curso, conheci pessoas que seguem ao meu lado até hoje”, afirma.

Foi nas redes sociais que ela descobriu o programa de Aprendizagem Industrial, que mudaria sua trajetória – e a levaria de volta para sua cidade natal, o Rio de Janeiro. A jovem participou e foi aprovada no processo seletivo de Auxiliar de Obras de Edificações, com início no ano seguinte. Como aprendiz, Luíza trabalhou na empresa NM Engenharia e Construções na capital baiana.

Vendo a oportunidade de seguir na área, ao concluir o contrato da aprendizagem, ela decidiu cursar o técnico em Edificações no SENAI. Nesse período, ela estagiou na Empretec, especializada em reforma predial.  


“O período no programa foi, para mim, um divisor de águas. Foi quando decidi a minha vida, quando realmente consegui definir qual seria o meu futuro”, expressa.


Hoje, aos 25 anos, reside no Rio de Janeiro e trabalha em uma empresa que presta serviços de manutenção para a Petrobras. 

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