Mulher na indústria: de aluna do SESI e do SENAI a futura engenheira eletricista

Vanessa Brandão concluiu o ensino médio e um curso técnico no sistema indústria, foi aprovada em engenharia elétrica e começa sua trajetória profissional como técnica em automação

Vanessa atua na siderúrgica ArcelorMittal e vai iniciar o primeiro semestre de engenharia elétrica

Do ensino médio para o curso técnico, do curso técnico para a graduação e a indústria. Essa é a trajetória vivida por Vanessa Brandão, aluna recém egressa das redes Sistema Social da Indústria (SESI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)

A jovem, de 18 anos, realizou o ensino médio na Escola SESI Joinville Norte, em Santa Catarina, e sempre teve mais interesse e habilidade para a área de exatas. A possibilidade de conciliar o curso técnico com os estudos a motivou a ingressar na rede. 

Na 1ª série, ela fez a disciplina de Iniciação Profissional, em que os estudantes conheciam quatro cursos técnicos diferentes. Vanessa conta que a área de automação industrial foi a com a qual mais se identificou e gostou de participar, dessa forma, optou por segui-la. 

O curso técnico direcionou a vida profissional e acadêmica da jovem. Hoje, ela atua na siderúrgica ArcelorMittal e vai iniciar o primeiro semestre de engenharia elétrica, após conquistar sua vaga com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Inspiração na família 

Vanessa explica que a mãe, Simone Brandão, foi uma grande motivação para que estudasse no SENAI, pois ela também foi aluna da rede. Atualmente, Simone trabalha como interlocutora de responsabilidade social da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), mas já atua há 12 anos no Sistema S e soma 18 anos de carreira na indústria. 

Filha única, Vanessa nasceu em Porto Alegre, mas mudou-se com a família para Joinville com apenas oito meses de idade. Desde pequena, ela sempre acompanhou a mãe no trabalho, o que a inspirou para que seguisse a carreira no setor. 


“Desde muito pequena a minha mãe me levava no SENAI e eu sempre quis muito fazer curso técnico. Eu fiz e agora parece que o meu lugar é na indústria”, declara. 


Simone conta, com muito orgulho, que sempre almejou a melhor educação e vida profissional para a filha, e que a base adquirida ao longo do seu curso técnico no SENAI a inspira até os dias de hoje. 

 

Vanessa explica que a mãe, Simone Brandão, foi uma grande motivação para que estudasse no SENAI, pois ela também foi aluna da rede

“Tenho no SENAI e na indústria o alicerce de minha vida pessoal e profissional. Minha filha acreditou na minha base e me segue, e isso será sempre meu propósito, o de inspirar pessoas com o SENAI e com a indústria”, afirma a mãe. 

Mulheres na indústria 

Em 2021, Vanessa participou de um processo seletivo específico para mulheres para concorrer à vaga de trainee na área elétrica da ArcelorMittal. Foi aprovada e, esse ano, efetivada como funcionária da empresa. 


“Tanto a minha formação no SESI quanto a do SENAI contribuíram para a minha formação teórica e técnica. O certificado do ensino médio SESI e do técnico SENAI abrem portas, contribuindo para eu ter um bom currículo”, destaca a jovem. 


Levantamento aponta que, entre 2010 e 2020, o aumento da participação das mulheres no setor industrial foi pequeno, um avanço de 23,4% para 24,2% do total de trabalhadores.

Vanessa representa um percentual ainda menor de mão de obra feminina na equipe em que trabalha: do total de vinte pessoas, apenas quatro são mulheres. Destaca também que a empresa está com um projeto que objetiva atingir em 30% o número de mulheres no quadro de funcionários. 

Calibrações, consertos da linha de produção e auxílio no laboratório de qualidade e metalurgia: essas são as funções desempenhadas por Vanessa na oficina central da produtora de aço em que trabalha.  

“Trabalhar em uma multinacional como a ArcelorMittal é um sonho que foi conquistado. E, ainda, estar em um programa onde a mulher com formação técnica é valorizada é uma oportunidade única. Estou podendo colocar em prática o que aprendi no meu curso técnico”. 

Futura engenheira eletricista

Vanessa passou em engenharia elétrica no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC). Conquistou boas pontuações em todas as áreas de conhecimento, em especial, na redação, onde atingiu a nota 840. 


“O SESI me proporcionou bons ensinamentos, tanto teóricos como práticos. Os professores têm uma ótima didática e experiência. A rede conta também com plataformas de treinamento de questões do ENEM e simulados”, pontua. 


Mais uma vez, a sua passagem pelo SENAI foi essencial para que ela optasse por engenharia elétrica, por assimilar o que já havia estudado no curso técnico em automação industrial. 

Para o futuro, a jovem pretende concluir a faculdade, realizar um intercâmbio para adquirir mais experiência ou trabalhar fora do país, mas sempre na área da indústria, onde, segundo ela, é uma área que sabe que pode crescer ainda mais profissionalmente. 

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