Educação é a base para transformar o desenvolvimento do país

País pode perder a Quarta Revolução Industrial se não priorizar educação, ciência e tecnologia

A educação é a base para o desenvolvimento de qualquer país. A competitividade da indústria e de todos os outros setores da economia passa, fundamentalmente, pela formação de pessoas. Assim, um sistema educacional que ofereça oportunidades a todos e que esteja sintonizado com os avanços sociais, científicos e tecnológicos é a chave para o aumento da produtividade e a retomada do crescimento. 

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Entretanto, implementar um sistema como esse leva tempo e requer investimento, inovação e, principalmente, comprometimento e colaboração da sociedade e dos governos nas esferas federal, estadual e municipal. É a fórmula seguida pelos países que melhoraram a qualidade da educação, executando políticas públicas consistentes e com continuidade. 

No documento Educação: preparando os jovens para o mundo do trabalho, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresenta aos candidatos à Presidência propostas com base em cinco eixos: consolidação do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC); incorporação de novas tecnologias ao ensino, com promoção da inovação; valorização da formação dos professores e da carreira docente; melhora da educação profissional e da aprendizagem; e ampliação da educação de jovens e adultos. 

No Brasil, mais de 30% dos trabalhadores não possuem a educação básica completa. É necessário garantir que eles finalizem o ensino médio e sejam integrados no mercado com cursos profissionalizantes que os preparem para uma economia globalizada e de alta complexidade.


"Inovações como a educação híbrida, materiais didáticos digitais e plataformas de ensino adaptativo apoiam a formação de excelência e serão chave para garantir o futuro do Brasil", pontua o gerente-executivo de educação do Serviço Social da Indústria (SESI), Wisley Pereira.


Um dos principais problemas da educação nacional é a falta de equidade, demonstrada pelos resultados da última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2018. Dos 79 países participantes do Pisa, o Brasil ficou em 57º lugar no ranking em leitura, 70º em matemática e em 66º em ciências.

Países que também contam com uma alta taxa de estudantes em camadas desfavorecidas, como o Vietnã, tiveram resultados positivos no exame e demonstram que a vulnerabilidade econômica e social não determinam, por si só, a qualidade do aprendizado. Os estudantes vietnamitas, por exemplo, alcançaram desempenho superior à média da OCDE nas três disciplinas avaliadas.

Por isso, diz o estudo da CNI, é fundamental que avaliações como o Pisa não sirvam apenas como ferramenta para ranquear países, mas possam, por meio de análises aprofundadas, servir também como bússola que indique caminhos a seguir.

Rafael Lucchesi explica que o Brasil corre o risco de perder a quarta revolução industrial

Atraso digital

Uma das direções promissoras é a digitalização. Cerca de 83% dos lares brasileiros têm, atualmente, acesso à internet, mas entre as classes D e E, o percentual cai para 64%. Assim como no passado a alfabetização foi vista como indispensável, conhecer o mundo digital é essencial para a inserção na sociedade contemporânea.

Em seminário sobre o bicentenário da Independência do Brasil, realizado no início de junho, o diretor de Educação e Tecnologia da CNI e diretor-superintendente do Serviço Social da Indústria (SESI), Rafael Lucchesi, afirmou que o Brasil corre o risco de perder a quarta revolução industrial porque ainda não entendeu que educação, ciência e tecnologia precisam estar no centro das discussões do país. 

No evento, ele citou que o SESI tem um sistema estruturado de ensino proprietário, digital e adaptativo, que pode ajudar na revolução educacional do Brasil com um padrão de tecnologias educacionais. 

"O SESI realiza o maior torneio de robótica do Brasil. E não é a robótica pela robótica. É educação do século 21, é educação com resolução de problemas, é educação com capacidade de lidar com inovação, porque o ciclo tecnológico está cada vez mais curto", destacou Lucchesi, que também é diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Pautas prioritárias 

Uma das pautas mais urgentes para a educação brasileira propostas pela indústria é a consolidação do Novo Ensino Médio no Brasil, que vai além da implementação de um novo currículo. 


“Precisamos adotar políticas públicas que acompanhem e apoiem os estados na construção e oferta dos novos itinerários formativos, assim como na atualização das práticas pedagógicas necessárias para a reforma dessa etapa”, defende Wisley Pereira. 


Segundo o estudo, a formação docente focada na aprendizagem em sala de aula e no desenvolvimento de competências dos estudantes também é essencial para elevar o patamar da qualidade da educação brasileira. Também é preciso reformular e expandir as vagas em Educação de Jovens e Adultos (EJA), tendo em vista que apenas 5% da população brasileira sem educação básica está matriculada na EJA. 

A necessidade de investimentos em educação é evidenciada pela projeção de que, até 2025, a indústria brasileira criará 497 mil novos postos de trabalho, e quase 10 milhões de profissionais do setor precisarão se requalificar para ocupar vagas em atividades mais complexas e sofisticadas. Os números são do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, lançado em maio pelo recém-criado Observatório Nacional da Indústria.

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