Tarifa de energia elétrica está ainda mais cara para indústria do Estado

Neste mês, valor de consumo fora de ponta registrou aumento de 27,095% na comparação com o valor cobrado em abril, saltando de R$ 0,108250 para R$ 0,137580/kWh

As indústrias de Mato Grosso do Sul continuam sendo penalizadas pelo alto valor cobrado pela tarifa de energia elétrica, principalmente, na modalidade "fora de ponta", conforme levantamento feito junto aos grandes consumidores. Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter anunciado em janeiro deste ano uma queda de até 28% na conta, na prática, a diminuição só foi sentida nos meses de março e abril, já que nos meses de maio e junho a conta veio com valores elevados.

Neste mês de junho, por exemplo, a tarifa de consumo "fora de ponta" registrou um aumento de 27,095% na comparação com o valor cobrado em abril, saltando de R$ 0,108250 para R$ 0,137580 o kWh (quilowatts hora). Em maio, esse percentual chegou a ser de 41,2%, quando o preço pago pelo kWh da tarifa de consumo "fora de ponta" foi de R$ 0,152898.

Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o Governo desonerou a tarifa de energia elétrica para os consumidores, permitindo o aumento da competitividade e seus efeitos multiplicadores, entretanto essa política durou apenas 3 meses, pois, desde maio a tarifa está tendo uma sobretaxada. "A falta de parâmetro provocou, a princípio, uma grande expectativa por parte do empresariado industrial do Estado, mas que agora está se tornando uma frustração. Essa sobretaxa compromete os custos do setor, que mais uma vez tem de arcar com mais uma despesa, prejudicando a competitividade das indústrias", avaliou.

Para Ricardo Luvizon, coordenador da indústria Soprano Eletrometalúrgica e Hidráulica, a alta registrada nos últimos dois meses já reflete no custo de produção da empresa. "Fica complicado produzir com esse aumento na tarifa de energia elétrica aliado à alta do dólar, pois a maior parte da nossa matéria-prima é importada. Com todos esses reajustes, a competitividade dos nossos produtos também fica comprometida", assegurou.

Já o empresário Carlos Henrique Taveira, proprietário da indústria de panificação Barcelonas, o aumento da tarifa de consumo "fora de ponta" chegou junto com a alta no preço da farinha de trigo. "O meu custo de produção está muito elevado e, se continuar assim, serei obrigado a repassar esses gastos para o produto final. Essa tarifa está afetando o meu faturamento", garantiu.

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