Brasil precisa adotar ações mais efetivas para aumentar a competitividade, avalia CNI

Crescimento moderado do PIB é explicado pela queda na indústria e no investimento

O desempenho da economia no primeiro trimestre confirma que o país precisa adotar ações mais efetivas para recuperar a confiança dos empresários, melhorar o ambiente de negócios e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros. A avaliação foi feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) , com base nos dados divulgados nesta sexta-feira (30), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. 

“O crescimento apenas moderado de 0,2% do PIB no primeiro trimestre de 2014 frente ao último trimestre de 2013 é explicado principalmente pela queda na indústria e no investimento”, observa a CNI. A indústria apresentou retração de 0,8% em relação ao último trimestre de 2013, puxada pelas quedas de 0,8% da indústria de transformação e de 2,3% da indústria da construção. No mesmo período, a agropecuária cresceu 3,6%; e o setor de serviços, 0,4%. Entretanto, na comparação com o primeiro trimestre de 2013, a indústria cresceu 0,8%. Nessa base de comparação, a indústria de transformação registrou contração de 0,5% e a de construção apresentou queda de 0,9%. 

Os dados do IBGE mostram que a demanda continua fraca. O investimento caiu 2,1% no primeiro trimestre na comparação com o trimestre anterior. Foi a terceira queda consecutiva do investimento. Com isso, a taxa de investimento ficou em 17,7% do PIB. Conforme a CNI, esse percentual está “muito distante do nível desejável para se alcançar um ritmo de crescimento contínuo e vigoroso da economia”. 

A CNI lembra que os resultados do trimestre vieram com revisão nos dados do ano anterior em função, especialmente, da incorporação da nova metodologia da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) no Sistema de Contas Nacionais Trimestrais. As mudanças nas estatísticas de 2013 foram pequenas em termos de PIB total, com o crescimento passando de 2,3% para 2,5%, mas causaram impacto de forma mais expressiva aos dados da indústria. A indústria total alterou sua taxa de crescimento de 1,3% para 1,7%, enquanto a indústria de transformação passou de 1,9% para 2,7%. 

Essa revisão pouco deve alterar as previsões mais imediatas sobre o comportamento do Produto Interno Bruto em curto prazo. Mesmo assim, a CNI reavaliará sua estimativa para o crescimento do PIB e seus componentes para 2014. 

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