Robotização é saída para aumento de produtividade

Setor produtivo prepara salto duplo para se igualar aos líderes mundiais na era dos robôs, reduzindo custos e tornando a indústria nacional mais eficiente e competitiva internacionalmente

A baixa competitividade é um “gargalo” que diminui o potencial de crescimento da indústria brasileira, como apontam, frequentemente, diversas pesquisas realizadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para enfrentar o problema, um importante aliado é o robô – capaz de aumentar a produtividade e reduzir custos operacionais.

O Brasil tem cerca de 10 mil robôs industriais em operação e, este ano, deve chegar a 18 mil. Em 2019, o setor deve adquirir outras 400 mil máquinas em todo o mundo. Apenas na indústria brasileira, serão 3,5 mil novas unidades, mais que o dobro de peças compradas em 2015: 1,4 mil. Mas isso ainda é insuficiente.

Os chãos de fábrica brasileiros contam com nove robôs para cada 10 mil trabalhadores, enquanto a Coreia do Sul, líder do ranking, tem 437. Os dados da Federação Internacional de Robótica (IFR) revelam o mercado nacional como grande consumidor de tecnologia de automação industrial, liderado pelos setores petroleiro, de mineração e celulose, de produção de açúcar, de etanol e de biodiesel.

Ampliar a presença de robôs nos parques industriais e incorporar práticas de produtividade e eficiência exigem da indústria nacional um salto duplo, tanto para disseminar o conceito de máximo de entrega de valor, com o mínimo de recursos despendidos, quanto para incorporar o manuseio de tecnologias digitais em proporção equivalente à demanda industrial.

Para esse salto de sucesso, a CNI tem impulsionado as empresas brasileiras mediante iniciativas como o Indústria+Produtiva, pela qual atuou junto a 18 empresas médias dos setores de alimentos, confecção, calçados, metalmecânico e brinquedos dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Ceará, para diminuir o desperdício de tempo, materiais e custos de produção.

“A expectativa é que, em cinco anos, o Brasil alcance os países desenvolvidos. Estamos criando um modelo de produção que permita, em curto prazo e baixo custo, aliar a manufatura enxuta ao uso de tecnologia digital em larga escala”, avalia o gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves.

Até 2020, espera-se uma mudança radical do perfil dos trabalhadores das fábricas, como reflexo da forte capacitação de profissionais propiciada pelo programa SENAI 4.0, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial que, desde o ano passado, tem incrementado a mão de obra que utilizará produção altamente mecanizada e composta de inteligência artificial. “Temos um projeto-piloto para testar técnicas de manufatura avançada para oferecer soluções de baixo custo e alto impacto”, informa o gerente-executivo de Inovação do SENAI, Marcelo Prim.

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