Associação Nordeste Forte defende apoio à indústria e acesso ao crédito

Em reunião com o ministro da Economia Paulo Guedes, entidade apresentou sugestões e pedidos para a política de desenvolvimento do país

Ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou aos presidentes e diretores de federações da indústria nordestina o pacote de enfrentamento à crise causada pela pandemia

Medidas de apoio à indústria do Nordeste em meio a crise gerada com a pandemia do covid-19 foram tema da reunião, por videoconferência, da Associação Nordeste Forte (ANF) com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O acesso ao crédito desburocratizado foi o principal pleito apresentado pela entidade, que levou ao ministro uma série de sugestões e pedidos no contexto da política de desenvolvimento do país. A associação, formada pelas nove federações da indústria dos estados da região, é presidida por Amaro Sales de Araújo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN). O encontro virtual reuniu também os presidentes das federações  Ricardo Cavalcante (FIEC), Ricardo Alban (FIEB), Ricardo Essinger (FIEPE), Edilson Baldez (FIEMA), Francisco Gadelha (FIEPB) e o vice-presidente Francisco Reinaldo (FIEPI).

O presidente Amaro Sales ressaltou a necessidade do crédito chegar às empresas para que seja possível superar dificuldades e desafios impostos diante da pandemia e da gravidade dos reflexos na economia e pediu que o Ministério da Economia trate a região de forma diferenciada, dentro das especificidades. “Em nome da Associação Nordeste Forte, faço o apelo para que se possa ter um olhar diferenciado para a região. O Nordeste não pode ser visto como problema, mas como parte da solução para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou Amaro Sales.

Ele enfatizou os potenciais da região que são destaques para o crescimento econômico do país e lembrou a importância do Sistema Indústria que, por meio do Serviço Social da Indústria (SESI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), tem dado a sua contribuição para auxiliar o governo e a sociedade no combate ao novo coronavírus, com ações na área de saúde.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou aos presidentes e diretores de federações da indústria nordestina o pacote de enfrentamento à crise sanitária e econômica causada pela pandemia, que deve colocar na economia cerca de R$ 800 bilhões, nos próximos três a quatro meses, podendo chegar a R$ 1 trilhão.

Guedes respondeu a todos os questionamentos feitos pelos líderes da indústria nordestina e estabeleceu um canal aberto de diálogo com a Associação para debate e soluções da indústria local, além de designar o ministro Rogério Marinho e o líder do governo Fernando Bezerra como interlocutores.

“Essa crise vem em duas ondas para o Brasil, a primeira na saúde pública e a segunda a ameaça de uma recessão econômica, como o efeito também do combate à primeira onda, com o isolamento social. O ministro Luís Henrique Mandetta tem apresentado estudos que mostram que a curva de casos deve subir agora entre abril e maio, mas que deve ter uma recuada a partir de julho. Estamos obedecendo as recomendações de saúde pública e tomando as medidas necessárias na economia, orientadas pelo presidente Jair Bolsonaro, para que possamos, se mantivermos juntos com as cadeias produtivas, a partir de agosto reativar a economia do país”, disse Paulo Guedes.

O ministro pontuou algumas medidas tomadas desde o início da pandemia para enfrentar a crise na economia e proteger a população, como a antecipação de recursos para a população mais vulnerável, a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas, a inclusão de 1,2 milhão de pessoas no programa Bolsa Família e o deferimento do recolhimento do FGTS e do Simples para micro e pequenas empresas. “Com isso, colocamos na economia, para os próximos 3 meses, R$ 150 bilhões com as antecipações e liberamos R$ 200 bilhões para liquidez. Mais R$ 50 bilhões para empréstimos do BNDES e mais R$ 100 bilhões da Caixa Econômica (CEF), isso já soma R$ 500 bilhões”, elencou Guedes.

Além disso, o governo destinou R$ 98 bilhões para o programa de auxílio dos informais. E iniciou também o programa focado na manutenção das empresas, com o financiamento e suplementação da folha de pagamento, com R$ 51,2 bilhões destiandos ao programa de proteção ao emprego para pagar o seguro desemprego aos trabalhadores que tiverem o salário reduzido durante a pandemia e R$ 36 bilhões com a linha de crédito que vai financiar a folha de pagamento das pequenas e médias empresas nos próximos dois meses. Durante a pandemia da COVID-19, serão gastos R$ 3 bilhões com a ampliação do Bolsa Família. E outros R$ 88 bilhões em auxílios para os estados e municípios.

“O Nordeste vai receber uma camada de proteção muito forte, com o Bolsa Família que triplicou, passando de R$ 200 para R$ 600, e o programa de auxílio emergencial aos informais, que podem beneficiar uma mesma família fazendo a renda aumentar. O Nordeste sai relativamente favorecido, por esta inclusão do Bolsa Família, a triplicação dele e também pelo programa de auxílio emergencial. São recursos que chegaram na região beneficiando a populção e a economia”, destacou. E acrescentou que serão feitas ações de apoio à região, além da prorrogação do prazo de dívidas dos estados para 2021 e garantia dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Pleitos e sugestões

Entre os pleitos e sugestões encaminhadas pela ANF estão a solicitação de aplicação dos R$ 5 bilhões do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em crédito desburocratizado para as pequenas, médias e grandes empresas; a recomendação aos bancos, particularmente os vinculados ao Governo Federal, para que sejam céleres nas análises de crédito e adotem procedimentos eletrônicos através da internet; que as exigências [de certidões e garantias] feitas pelo BNB, sejam iguais as do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); a criação através dos Bancos Federais de linhas de crédito para o pagamento do ICMS; a dinamização de ações através do FNE e FINOR; a redução de burocracia por parte do BNDES e estabelecimento por categorias de empresas [micro, pequenas, média e grandes].

A Associação também pleiteou o estímulo à Caixa Econômica Federal para apoio à construção civil e a construção de moradias populares; a prorrogação das licenças e certidões federais das empresas brasileiras e/ou flexibilização de sua exigência na avaliação de crédito; o alongamento das dívidas existentes, com ajuste de taxas; a isenção do PIS e COFINS nas importações para setores industriais vinculados ao combate do coronavírus e ao setor de alimentos.

Além disso, o alongamento do pagamento do REFIS, por 3 meses, e a manutenção de grandes obras em andamento na Região, como a transposição das águas do Rio São Francisco e obras complementares de infraestrutura hídrica.

O presidente da FIERN e da ANF, Amaro Sales, também colocou a disposição do Ministério a estrutura e esforços das nove federações, tanto para o combate à disseminação da covid-19, quanto para apoiar as iniciativas do Governo Federal em fomentar o desenvolvimento industrial a partir do Nordeste.

Pela FIERN, participaram também da videoconferência o diretor primeiro-secretário Heyder Dantas, o diretor primeiro-tesoureiro Roberto Serquiz, os diretores José Nóbrega e Djalma Barbosa Júnior, além do assessor da ANF Ernani Bandeira.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

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