Estudo compara desempenho da indústria

Dois novos índices elaborados pela CNI medem a competitividade da indústria brasileira perante os outros países. Dados serão divulgados em separado e foram tema de reportagem do Valor Econômico

O estudo Desempenho da Indústria no Mundo é a nova contribuição da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o monitoramento do desempenho do setor no país e em plano comparado. O trabalho reúne dois índices: um sobre as participações do Brasil na produção e outro referente às exportações mundiais de produtos manufaturados. Juntos, eles mostrarão o nível de competitividade da indústria brasileira no mundo. 

Nessa primeira edição, o estudo revela uma queda de 0,24 ponto percentual entre 2005 e 2015. Nesse período, esse índice recuou de 0,82% para 0,58%. Esse percentual manteve-se praticamente estável em 2014, quando era de 0,59%. A comparação é feita com os principais parceiros comerciais brasileiros: Estados Unidos, Argentina, China, Alemanha, México, Japão, França, Itália, Coreia do Sul, Países Baixos e Reino Unido.

O levantamento aponta que a perda de participação da indústria brasileira no valor adicionado mundial se intensificou em 2015, quando houve recuo de 2,39% para 2,08%, mas manteve-se praticamente estável em relação às exportações mundiais de produtos manufaturados no período. O movimento de queda no valor adicionado mundial continuou em 2016, ao atingir 1,84% (queda de 0,24 ponto percentual) ‒ a maior baixa na comparação com seus principais parceiros comerciais.

Desde o final dos anos de 1990, a participação brasileira no valor adicionado mundial de manufaturados mantém tendência de queda, embora esse ritmo tenha se acelerado a partir de 2014, o que é explicado pela crise econômica interna, que se tornou mais aguda em 2015 e 2016. Desde 1996, a participação brasileira já caiu 1,53 ponto percentual.

"Estamos perdendo espaço tanto na produção quanto nas exportações, dada a nossa dificuldade de competir. Em países como China, México e Coreia do Sul, a indústria tem sido o motor do crescimento", afirmou o gerente-executivo da CNI, Flávio Castelo Branco, que defendeu reformas estruturais que promovam a competitividade brasileira.

HISTÓRICO - Os dois índices que formam o novo indicador são medidos desde 2016 pelos Indicadores de Competitividade da Indústria Brasileira, que calcula a Participação nas Exportações Mundiais de Manufaturados, a Participação no Valor Adicionado Mundial de Manufaturados, o Custo Unitário do Trabalho Efetivo em Dólar Real, a Taxa de Câmbio Efetiva Real e a Produtividade do Trabalho Efetivo. A CNI desmembrou esses índices em três indicadores: Desafios da Indústria no Mundo, lançado em outubro de 2017, Produtividade da Indústria e Produtividade do Trabalho, que serão divulgados em breve.

Relacionadas

Leia mais

CNI terá cinco imersões em ecossistemas de inovação em 2018
Crescimento sustentado depende da volta dos investimentos
Acordo com União Europeia é estratégico para setores produtivos do Mercosul

Comentários