Crescimento sustentado depende da volta dos investimentos

Economista da CNI diz que Brasil precisa fazer reformas estruturais e melhorar o ambiente de negócios para garantir recuperação da atividade no longo prazo

"O consumo não pode ser o motor de um novo ciclo de expansão da economia" - Flávio Castelo Branco

O crescimento da economia neste ano está sendo impulsionado pelo consumo. A observação foi feita nesta terça-feira (19), pelo gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. "Mas o consumo não pode ser o motor de um novo ciclo de expansão da economia", disse Castelo Branco, durante o evento Correio Debate, organizado em Brasília, pelo Correio Braziliense. "A base do crescimento sustentado é o investimento", afirmou.

Por isso, destacou o economista, o Brasil precisa criar as condições necessárias para garantir os investimentos privados na produção e na infraestrutura. Isso depende da reforma da Previdência e outras medidas estruturais que garantirão o equilíbrio permanente das contas públicas. Além disso, a volta dos investimentos requer segurança jurídica e ações que melhorem o ambiente de negócios, com a redução da burocracia. Castelo Branco disse ainda que a melhoria da qualidade da educação e o aumento da produtividade são outros desafios importantes para o Brasil. Como exemplo, ele citou os países asiáticos, que tiveram um crescimento excepcional na última década, graças aos investimentos em educação e produtividade.

Os participantes do Correio Debate concordaram que a reforma da Previdência é crucial para garantir o equilíbrio fiscal e garantir o crescimento no longo prazo. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, os ministros Dyogo Oliveira, do Planejamento, e Henrique Meirelles, da Fazenda, lembraram os avanços do último ano, que foram decisivos para o país sair da crise, como o controle da inflação, a queda dos juros e a recuperação da confiança dos agentes econômicos. 

"Mas o cenário positivo não continuará para sempre. É necessário fazer as reformas, especialmente a da Previdência", afirmou Ilan Goldfajn. Os economistas que participaram do debate concluíram que o cenário interno e externo aponta para a continuidade da recuperação da economia em 2018. No entanto, destacaram que 2019 será complicado se o país não aprovar as reformas estruturais.

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