Cerca de 500 empresários acompanharam a participação de Eduardo Campos (PSB) no evento Diálogo da Indústria com candidatos à Presidência da República, realizado nesta quarta-feira (30), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Escolhido por sorteio, ele foi o primeiro a ouvir as demandas do setor e a apresentar suas propostas. Campos pontuou algumas ações que pretende adotar logo depois da posse, caso seja eleito, entre elas, o envio da reforma tributária na primeira semana de governo. Ele também garantiu aos empresários que não aumentará a carga de impostos.
Temas como melhoria da gestão do Estado, ampliação dos investimentos para infraestrutura e a reforma tributária foram os que tiveram maior destaque, conforme avaliação dos representantes da indústria presentes. Veja a seguir a repercussão entre os empresários:
Reforma tributária
“É uma proposta corajosa. Quero acreditar que ele consiga fazer isso (enviar a reforma tributária ao Congresso Nacional na primeira semana de seu governo). Reforma política e reforma tributária, há muito se discute e não se realiza nada. Hoje, nada mais importante para o Brasil que a reforma tributária para ter competitividade, para concorrermos no mercado internacional e para haver desenvolvimento das empresas.”
Albano Franco, conselheiro emérito da CNI
Infraestrutura
“É preciso elevar o percentual de investimento em infraestrutura. Se o Estado não tem condições de fazer isso sozinho, tem de deixar as regras claras. Existe muito dinheiro que pode ser direcionado para o Brasil no setor de infraestrutura. Até porque, dos países em desenvolvimento, o Brasil talvez seja o que tenha melhores oportunidades. Temos 200 milhões de brasileiros; somos um mercado imenso a ser explorado internamente e podemos ser uma grande plataforma de exportação.”
Edson Campagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
Inovação
“Se nós queremos realmente ter um novo país, competitivo globalmente, é fundamental que tenhamos empresas fortes. Só vamos conseguir se tivermos produtos diferenciados, fruto de investimento em inovação. O candidato está correto quando fala que o Brasil precisa transformar pesquisa em recursos. Tempos atrás, o Brasil não tinha pesquisa. Hoje já sabemos fazê-la. Agora temos de transformar tudo aquilo que pesquisamos em algo que realmente agregue valor ao nosso país.”
Laércio Cosentino, CEO da Totvs
Mercados internacionais
“O candidato foi bastante incisivo no entendimento de que a internacionalização favorece a inovação. À medida que as empresas ficam expostas à concorrência, elas se enriquecem do ponto de vista de capacidades e, assim, competirão melhor no Brasil e no exterior. Sobre o Mercosul, não creio que devemos olhar (o bloco) do ponto de vista negativo. É bom que os países vizinhos progridam e nós vamos junto com eles, mas não podemos esquecer que temos outras centenas de parceiros possíveis.”
José Rubens De La Rosa, diretor-geral da Marcopolo
Produtividade no setor público
“É uma visão moderna, de agilização, de profissionalização, de trazer ferramentas do mercado privado para o setor público. A necessidade do país em relação a isso é absolutamente clara. Há conhecimento dos pontos fracos e uma proposta concreta de equalizar os problemas. Já colocar isso em prática demanda habilidade e cacife político que nós só vamos saber se existe se o candidato for eleito. Não basta fazer um discurso de campanha. É preciso ter convicção de que isso vai acontecer lá na frente”.
Lincoln Gonçalves Fernandes, sócio controlador do grupo Carfepe
FOTOS - Confira todas as imagens do evento Diálogo da Indústria com candidatos à Presidência da República no Flickr da CNI.
SAIBA MAIS - Veja a cobertura do evento e conheça as propostas feitas pela indústria aos candidatos no site especial.