A inovação das empresas liderará a transição para economia de baixo carbono, diz Paul Polman

Ex-CEO da Unilever foi apresentado como embaixador da Sustainable Business COP em evento da CNI que reuniu lideranças empresariais no AYA Hub, em SP

O empresário e ex-CEO da Unilever, Paul Polman, foi apresentado nesta quinta-feira (17), no AYA Hub, sede da AYA Earth Partners, em São Paulo, como embaixador da Sustainable Business COP30 (SB COP), iniciativa liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltada à mobilização do setor produtivo brasileiro rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).


“É a inovação das empresas, seu capital e seus recursos humanos que vão liderar essa transição”, afirmou Polman em discurso que marcou o anúncio oficial.


Reconhecido pelo ativismo empresarial em prol do desenvolvimento sustentável, o executivo defendeu o protagonismo do setor privado na construção de uma economia de baixo carbono.

Ao lado de lideranças como Ricardo Mussa, chair da SB COP; Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI; e Patricia Ellen, presidente do conselho do Instituto AYA, Polman destacou a importância de parcerias transformadoras e de um ambiente regulatório estável para destravar o financiamento climático. 

“Obviamente precisamos de políticas públicas consistentes, mas é o setor privado que tem a capacidade de inovar e implementar soluções em escala”, completou.

Para Patricia Ellen, cofundadora da AYA Earth Partners e presidente do conselho do Instituto AYA, o Brasil reúne condições únicas para liderar a resposta global à crise climática. 

“Em um contexto de crescente tensão geopolítica, em que a verdadeira disputa é por segurança alimentar, energética e climática, somos a única grande nação capaz de entregar soluções para todos os problemas climáticos do mundo”, afirmou. 

Segundo ela, o momento exige pragmatismo e ambição. “Essa é a COP da ação — precisamos não só de casos concretos, mas de velocidade na transição para uma economia de baixo carbono.”

A visão é compartilhada por Davi Bomtempo, que destacou o papel do setor privado na busca por soluções: “A SB COP nasce como uma plataforma para transformar esse engajamento em ação coordenada, com impacto real nas negociações e nos resultados que queremos ver na COP30. Nosso desafio é alinhar ambição climática com desenvolvimento econômico, e o Brasil tem todas as condições de liderar esse processo”, disse.

Conheça os líderes de cada eixo de trabalho da SB COP

O evento também serviu para apresentar os coordenadores de seis eixos temáticos da SB COP, que nortearão a atuação empresarial até a COP30, em Belém, em 2025:

  • Transição energética - Daniela Manique, da Solvay-Rhodia
  • Economia circular e materiais - Tércio Borlenghi, da Ambipar
  • Bioeconomia - João Paulo Ferreira, da Natura
  • Sistemas alimentares - Gilberto Tomazoni, da JBS
  • Empregos e habilidades verdes - Rafael Segrera, da Schneider Electric
  • Financiamento climático - Luciana Ribeiro, da eB Capital

Durante o painel SB COP Chairs: Horizontes, os representantes de cada grupo apresentaram os principais desafios e oportunidades para impulsionar transformações ecológicas em seus setores. A proposta é construir uma visão integrada que conecte metas climáticas a estratégias de competitividade e desenvolvimento nacional.

"Acreditamos que a agricultura é a chave para enfrentar os desafios climáticos e de segurança alimentar. Precisamos de investimentos urgentes e de uma visão sistêmica para escalar as soluções que tornarão a produção mais sustentável, produtiva e acessível a todos", afirmou Tomazoni, CEO global da JBS. 

Lideranças reiteram importância de coordenação entre iniciativas para a COP 30

Ricardo Mussa reforçou o chamado à ação coordenada. “Há muitas iniciativas, muita gente querendo ajudar — mas também está tudo muito pulverizado”, afirmou. “A SB COP não é só do Brasil. É uma iniciativa que começa aqui e segue para outras edições. Temos a chance de fazer algo muito grande, e o fato de o Brasil liderar isso torna tudo ainda mais potente.”

Mussa também destacou as entregas esperadas para o ciclo até a COP30: “Queremos apresentar três produtos concretos: recomendações dos grupos de trabalho, showcases de soluções do mundo todo e compromissos formais do setor privado para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE).”

Dan Ioschpe, High Level Climate Champion da COP30, elogiou o esforço da CNI e dos parceiros. “Esse trabalho da CNI, da SB COP, do Mussa, do Davi... é fundamental. Temos ações mapeadas que podem fazer muita diferença em setores-chave da economia”, disse. 

“O Brasil casa perfeitamente com o tema da sustentabilidade. Nosso desenvolvimento pode mudar de padrão se uma estratégia sustentável estiver no centro — seja nos sistemas alimentares, nas energias renováveis ou no SAF. Isso ajuda o Brasil, ajuda o mundo.”

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