Avanço do protecionismo no mundo não impede o Brasil de buscar novos acordos, afirma gerente-executivo da CNI

O Brasil precisa avançar rapidamente para abrir novos mercados, mesmo no cenário externo mais conturbado

As empresas brasileiras têm acesso, sem barreiras, a menos de 8% de todo o comércio internacional, diz Diego Bonomo

O Brasil precisa avançar rapidamente para abrir novos mercados, mesmo no cenário externo mais conturbado como é o atual. Essa é a avaliação do gerente-executivo de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo. Segundo ele, 98% dos consumidores do mundo estão fora do Brasil. No entanto, as empresas brasileiras têm acesso, sem barreiras, a menos de 8% de todo o comércio internacional.

“O país ficou atrasado na agenda de acordos. O avanço do protecionismo em algumas regiões do mundo não impede o Brasil de buscar novos acordos. Ao contrário, pode até gerar novas oportunidades. Note, por exemplo, que a China está interessada em negociar novos acordos com países da Ásia e do Pacífico caso os EUA decidam abandonar o TPP”, disse Bonomo.

Para ele, há três áreas em que a indústria brasileira pode obter ganhos. Primeiro, com a conclusão das negociações em andamento com México e União Europeia. Segundo, o Brasil deve lançar novas negociações com parceiros como América Central, Canadá e os países da Associação Europeia de Livre Comércio (Efta), que inclui quatro países europeus fora da UE. E, por fim, acelerar a agenda econômica do Mercosul, que ficou paralisada nos últimos anos. Todas essas prioridades foram identificadas pelas empresas brasileiras na pesquisa dos "desafios à competitividade das exportações”, afirmou Diego Bonomo.

Mercosul - Para a agenda do Mercosul, alguns dos temas que são prioritários para a indústria envolvem a conclusão da área de livre comércio, com a inclusão do setor sucroalcooleiro brasileiro; internalização das normas do Mercosul pelo Brasil e os demais sócios; reforma da governança econômica do bloco para tornar os seus comitês e grupos de trabalho mais eficientes e eficazes; remoção de barreiras não tarifárias que ainda existem no Mercosul; e negociação de acordos em áreas como investimentos, serviços e compras governamentais.

PNE – Bonomo explicou que a CNI participou ativamente da elaboração do Plano Nacional de Exportações (PNE), contribuindo com propostas de interesse da indústria. E o governo Temer tem demonstrado interesse em continuar essa agenda - prioritária para o setor privado.

Veja como foi o bate-papo no perfil da CNI no Facebook.

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