A educação sempre foi importante para o desenvolvimento das pessoas e dos países em todos os momentos históricos. Na atual sociedade do conhecimento, no entanto, a velocidade das mudanças obriga as pessoas a um permanente e veloz aprendizado. A 10ª edição da Olimpíada do Conhecimento, realizada em Brasília de 5 a 8 de julho, mostrou à sociedade que a escola precisa acompanhar as transformações da 4ª revolução industrial e alterar os métodos de ensino, na avaliação do diretor de Operações do Serviço Social da Indústria (SESI), Paulo Mól.
Em quatro dias de evento, realizado pelo SESI e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), os visitantes puderam conhecer, na Escola do Futuro, projetos inovadores desenvolvidos por alunos com metodologias pedagógicas que aproximam a escola do mundo real. Na Cidade Inteligente, foram apresentadas ainda tecnologias que prometem melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos. A Agência CNI de Notícias conversou com Paulo Mól ao fim do evento. Confira:
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS - Qual é o seu balanço sobre a 10ª edição da Olimpíada do Conhecimento?
PAULO MÓL - Esta edição é muito exitosa por trazer um debate muito importante que é o futuro. As pessoas, muitas vezes, tentam projetar o futuro a partir do passado, e a Olimpíada do Conhecimento esteve com o farol para frente, para as novas tecnologias que virão, as relações de trabalho que vão se estabelecer e a nova sociedade que vai se estruturar. O convite foi de uma reflexão sobre esse futuro, sobre a construção que está chegando e de que maneira as pessoas têm de se preparar e se adaptar para essa nova sociedade. O SESI e o SENAI se colocam na vanguarda por trazer essa reflexão.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS - Qual foi a principal contribuição da Escola do Futuro para essa reflexão sobre o papel da educação?
PAULO MÓL - A educação é fundamental em qualquer período do tempo e estágio de desenvolvimento de um país. Neste momento, especificamente, as questões voltadas ao conhecimento tornam-se ainda mais cruciais, em grande parte porque as transformações estão acontecendo em ritmo cada vez mais acelerado. Muito possivelmente, o que já geramos de conhecimento e tecnologia nos 20 primeiros anos do século 21 seja muito mais do que geramos em toda a nossa existência. Diante disso, o ritmo de aprendizado precisa ser cada vez mais rápido.
O que chamou atenção na Escola do Futuro foram as metodologias empregadas para ocorrer a educação. O modelo de educação estruturado que conhecemos foi bem sucedido, mas precisa passar por transformações, em grande parte porque as pessoas têm hoje acesso a informação muito rapidamente. Os professores precisam se preparar para essa nova realidade. A discussão na educação é muito importante, principalmente pelo método de se educar, que hoje requer uma mudança bastante séria do que foi o método do século 20.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS - Qual mensagem você espera que o público leve da visita à Olimpíada do Conhecimento?
PAULO MÓL - Foi interessante observar de que maneira e com que naturalidade as crianças convivem com a tecnologia e os pais talvez tenham ficado mais perplexos e surpresos. Fico muito feliz de os pais terem trazido seus filhos, porque o evento propicia um ambiente de integração da família e de acesso a uma estrutura de educação de qualidade. Espero que as crianças tenham sido estimuladas, impregnadas pela cultura de não apenas pesquisar, mas produzir.
Há muitas feiras de ciências, mas o importante é que, na Escola do Futuro, existia uma conexão entre a pesquisa e a produção, o empreender, o mundo real. Espero que os pais tenham percebido que a escola é um local múltiplo, que tem de formar cidadãos e também prepare para o mercado de trabalho. No Desafio da Robótica, por exemplo, tão ou mais importantes quanto as habilidades em ciência e tecnologia para desenvolver os robôs são os ganhos de habilidades comportamentais dos alunos.
É importante que os pais que visitaram a Olimpíada estimulem as escolas de seus filhos nesse caminho. Um dos objetivos da Olimpíada do Conhecimento foi justamente fazer com que as escolas do SESI e do SENAI inspirem as escolas públicas e privadas a também fazerem bons trabalhos.