O papel da liderança e das pessoas na transformação digital das indústrias

Uber, Airbnb, Facebook e Spotify são exemplos dessa realidade, segundo Filipe Cassapo, gerente de Inovação do Sistema FIEP

Filipe Cassapo é gerente de Inovação do Sistema Fiep

O crescimento exponencial das tecnologias digitais apresenta para as indústrias do mundo todo um grande conjunto de oportunidades, como inúmeros desafios, em termos de conversão de novas e complexas ferramentas computacionais, em resultados organizacionais efetivos, coerentes e gerenciáveis, que possam proporcionar maior produtividade, competitividade, diferenciação e sustentabilidade. 

Além das óbvias questões técnicas ligadas à implementação de tecnologias disruptivas, como a Inteligência Artificial, os algoritmos criptográficos de Blockchains, a Internet das Coisas, o processamento analítico de muitos dados (Big Data), a Computação em Nuvem, os Sistemas Autônomos e Colaborativos, a Manufatura Digital e Aditiva, ou ainda a Realidade Virtual e Aumentada, é também necessário reconhecer e alavancar um conjunto de novas caraterísticas de liderança que serão exigidas para implementar com eficiência, a chamada “transformação digital”, além de definitivamente compreender o papel central das pessoas, na digitalização dos processos industriais, conhecida como “Indústria 4.0”.

INOVAR - Como sabemos, inovar é muito mais do que desenvolver novas tecnologias, ou pensar de forma criativa: inovar consiste em transformar ideias novas em resultados efetivos de negócio, que possam proporcionar resultados de alto impacto para uma empresa. Inovar, portanto, é ser capaz não apenas de abraçar o novo, mas também, e principalmente, gerar um ambiente e processos propícios à emergência, prototipação, escalonamento e monetização efetiva das novidades, sejam estas de produto, processo, serviço ou mesmo de modelo de negócio.

Inovar não significa fazer mais do mesmo, com mais eficiência, mas sim, fazer diferente para obter resultados de performance significativamente diferentes, atendendo clientes novos ou atuais por meio de propostas de valor novas, únicas e de alto valor agregado.

Esta abordagem significativamente desafiadora é muito bem ilustrada pelas empresas digitais da nova economia, como Uber, Airbnb, Facebook ou ainda Spotify. Tais empresas, que simplesmente não existiam há dez anos, possuem hoje valores de mercado da ordem da centena de bilhões de dólares, tendo habilmente passado por uma rampa de crescimento disruptivo naturalmente proporcionada pelo aumento exponencial da capacidade de processamento computacional (conhecido como “Lei do Moore”), com seu imenso barateamento de acesso, permitindo extraordinária amplitude das suas bases de clientes, por meio de um modelo de negócio altamente escalável.

Em todas as empresas da nova economia, e em todas as indústrias consolidadas, porém em plena assimilação de novas oportunidades de criação de valor na transformação digital, percebe-se a emergência de um estilo diferente de liderança, que proporcione um comportamento organizacional intensamente empreendedor e ágil, possibilitando a geração e exploração constante de novidades, que vêm tanto do comportamento dos membros destas organizações, como de profundas e intensas interações com os atores dos ecossistemas locais e globais de inovação.

Tais novas habilidades e caraterísticas de liderança dizem respeito ao fomento de uma cultura de agilidade e mudanças, à habilidade organizacional de prototipação rápida, ao aumento da produtividade e da previsibilidade dos processos por meio da exploração de ferramentas digitais, ao pensamento estratégico disruptivo voltado ao crescimento exponencial em novos mercados, e à profunda e constante abordagem sustentável e ética dos negócios.

As empresas inseridas nas oportunidades da nova economia digital ainda percebem e fomentam parcerias de ganhos mútuos com as nascentes de base tecnológica, as Startups, nos ambientes locais e globais de empreendedorismo de alto impacto. As lideranças conscientes e sintonizadas com as oportunidades da nova economia são capazes de proporcionar, nas organizações consolidadas, maiores e processuais, uma abertura para o modelo mental e estilo de pensamento revolucionário nos negócios destas Startups que estão mudando radicalmente as regras dos jogos de diversos setores econômicos.

Essas lideranças ainda agregam ao crescimento da base de clientes das organizações ao serem capazes de desenvolver uma lógica de co-prototipação de novas propostas de valor, não apenas com clientes atuais, mas também com potenciais novos clientes dos seus negócios.

Proporcionar uma jornada efetiva e pragmática pela transformação digital, e suas aplicações diretas em uma manufatura mais digitalizada, conhecida como “Indústria 4.0”, em termos de geração de resultados econômicos sustentáveis, exige, portanto, muito mais do que a adoção de novas tecnologias. Esta oportunidade de superação competitiva sistêmica necessita de novos perfis de liderança e comportamento organizacional, pautados pela flexibilidade, conduta ágil e empreendedora e capacidade de interação co-criativa com a sociedade e com os ecossistemas de inovação.

A partir dessa percepção, a Federação das Indústrias do Estado do Paranáo Sistema (Fiep), por meio das Faculdades da Indústria, lança o MBA em Liderança para Transformação Digital e Indústria 4.0. Como a Alemanha é o país-referência no tema, o curso inclui um módulo internacional, na School of International Business and Entrepreneurship (SIBE). Em consonância e alinhamento com os novos desafios da Indústria nacional, o objetivo do MBA é formar os líderes que irão conduzir esse processo de forma transdisciplinar, objetiva e prática.

SAIBA MAIS - As inscrições para o MBA em Liderança para Transformação Digital e Indústria 4.0 já estão abertas e o início das aulas está previsto para 14 de junho de 2018.

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