Falta de previsibilidade do câmbio afeta competitividade das exportações, diz Robson Braga de Andrade

“A indústria tem certeza de o comércio internacional não é algo pontual, que têm de ser uma estratégia de desenvolvimento”, afirmou

Foi o segundo encontro de Michel Temer com representantes da indústria

Os exportadores brasileiros precisam de previsibilidade no câmbio para manter as condições de competir no mercado internacional. Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) , Robson Braga de Andrade, o comércio exterior é fundamental para a recuperação da economia, mas a oscilação do real ante o dólar afeta diretamente a competitividade do produto brasileiro, sobretudo para os produtos da indústria manufatureira. “A indústria tem certeza de o comércio internacional não é algo pontual, que têm de ser uma estratégia de desenvolvimento”, afirmou. 

O câmbio foi um dos assuntos discutidos pelo presidente da CNI em reunião com o presidente em exercício, Michel Temer, nesta terça-feira (16), que recebeu os presidentes das federações das indústrias de Bahia ( FIEB ), Ceará ( FIEC ), Piauí ( FIEP ) e Rio Grande do Norte (FIERN ), além de 24 empresários dos quatro estados. Este foi o segundo encontro no Palácio do Planalto em que Temer encontra representantes do setor para conhecer os desafios para o desenvolvimento industrial em cada estado. 

A exportações brasileiras ganharam competitividade com o real desvalorizado, mas a volatilidade recente da taxa de câmbio afeta as operações de comércio exterior, tanto para a exportação de produtos quanto para a importação de insumos. “Não se pode trabalhar com um câmbio que estava a R$ 3,70, talvez a R$ 3,30, mas que hoje está em R$ 3,13”, disse Andrade. Ele frisou, ainda, que o governo está atento à questão, mas que é preciso estudar medidas para assegurar maior previsibilidade. 

ENTRAVES – No encontro, os presidentes das federações e empresários de cada estado mostraram problemas enfrentados pelo setor e oportunidades para destravar a economia da região. Além de investimentos em infraestrutura, como a conclusão das obras da transposição do Rio São Francisco e a construção de linhas de transmissão para escoar a energia produzida por fontes renováveis, os executivos reforçaram a necessidade de reforma da Previdência, para contribuir para o equilíbrio fiscal e a sustentabilidade do sistema. 

Embora tenha destacado a retomada da confiança do empresário da indústria, Andrade defendeu avanços na discussão de mudanças na legislação trabalhista, com foco na valorização da negociação coletiva, na regulamentação da terceirização e do aperfeiçoamento da Norma Regulamentadora no 12 (NR 12), marco legal de segurança na operação de máquinas e equipamentos na indústria. 

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