Ter uma economia próspera, otimizar os processos produtivos, sem produzir montanhas de lixo e ainda diminuir os custos são alguns dos efeitos esperados para quem entrou no mercado da economia circular. Quer saber o quanto a sua empresa está inserida nesse modo de produção e quanto ela pode avançar nas práticas sustentáveis? A Rota de Maturidade em Economia Circular pode te ajudar. E de graça!
Desenvolvida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a ferramenta permite que as empresas façam uma auto-avaliação e recebam um diagnóstico sobre o grau de adoção de práticas de economia circular. A partir desse relatório, a ferramenta apresenta recomendações, com sugestões de práticas que podem ser implementadas para alavancar a sustentabilidade da organização.
A iniciativa foi desenvolvida pela CNI a partir de pesquisas do Centro de Pesquisa em Economia Circular da Universidade de São Paulo (InovaUSP) e com apoio da consultoria Upcycle.
“A Rota de Maturidade busca guiar empresas em transição para uma economia circular, de modo a apoiar a definição de estratégias e construção de planos de ação para implementação de práticas, tendo as melhores práticas internacionais como referência”, afirma o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
Como a Rota de maturidade em economia circular funciona?
- O primeiro passo é acessar este link e fazer um cadastro do CNPJ;
- Depois, basta responder os questionários, que podem ser de 4 níveis: toda a empresa, uma unidade, um modelo de negócio ou um produto. O preenchimento dos dados não precisa ser feito todo de uma vez. É possível salvar e continuar depois.
- Feito o diagnóstico, serão apresentadas recomendações para aprimorar as práticas sustentáveis, a partir de um relatório customizado.
- Não precisa ser uma vez só. A organização pode refazer o diagnóstico conforme implementar mudanças para que sua trajetória rumo a uma economia mais verde seja acompanhada.
Como a avaliação é feita?
São 4 módulos, que analisam etapas e aspectos diferentes do processo produtivo, desde o planejamento até o pós-venda.
Gestão estratégica: avalia atividades de planejamento, execução e monitoramento, inclusive objetivos e metas; se os conceitos de circularidade são difundidos entre colaboradores e parcerias nessa área;
Planejamento da Solução: focada nos processos de desenvolvimento de produtos e serviços, incluindo pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Gestão de recursos: aplicação de recursos financeiros e energéticos, de modo que haja mínima emissão de poluentes e conservação de recursos naturais; análise de toda a cadeia produtiva e do ciclo de vida do produto;
Produção e Entrega da Solução: aplicação de tecnologias, monitoramento e manutenção de operações circulares e como é feita a entrega aos clientes.
Palavra de quem já testou
A fabricante de papel cartão Ibema foi convidada pela CNI para participar da fase piloto da plataforma. Segundo a especialista em sustentabilidade da companhia, Alessandra Pavelski, a participação da Ibema foi uma “oportunidade de entender e avaliar o nosso momento da empresa em relação à economia circular”.
“Paramos para pensar em todas as alternativas da economia circular que já usamos na Ibema. Muitas vezes, incorporamos essas medidas, mas não paramos para pensar e avaliar. Encontramos também alguns gaps que foram importantes para atuar internamente. E vimos que temos mais oportunidades para atuar nesse tema”, aponta Alessandra Pavelski.
Por que se engajar na economia circular?
A economia circular é um dos quatro pilares da estratégia da indústria para uma economia de baixo carbono. Promover o reuso e a reciclagem e reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa são passos essenciais no combate à mudança climática.
Essa forma de produção associa o desenvolvimento econômico a um melhor uso dos recursos naturais, por meio de novos modelos de negócios, otimização nos processos de fabricação, menor dependência de matéria-prima virgem e priorização de insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.
Saiba mais sobre economia circular no Indústria de A a Z
Instituir uma política nacional de economia circular, capaz de promover a gestão estratégica dos recursos naturais e pavimentar o caminho de transição para a economia circular é uma das propostas apresentadas pela CNI no Plano de Retomada da Indústria.
A ideia é centralizar a incorporação de princípios da economia circular nas políticas públicas, que hoje está presente de maneira difusa em várias legislações, planos, programas e projetos. Outro objetivo é viabilizar a criação de uma base de dados robusta, com informações atualizadas, precisas e confiáveis, disponível de forma tempestiva para auxiliar na tomada de decisão dos gestores públicos e demais setores da sociedade.