Conselho da CNI fortalece ações da indústria para conservação dos recursos naturais

Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coema) realizou sua 100ª reunião na quinta-feira (22), em Brasília. No encontro, os participantes discutiram os desafios para implementação do Acordo de Paris e oportunidades para o 8º Fórum da Água

O Coema, que completou 21 anos, trata de temas que têm impacto em sustentabilidade, competitividade, inovação e manutenção das operações industriais brasileiras

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou nesta quinta-feira (22), em sua sede, em Brasília, a 100ª reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coema) com a participação de representantes da indústria e do governo. Na ocasião, o presidente do Coema, Marcos Guerra, destacou a importância do conselho para reforçar o diálogo da indústria com o setor público. Segundo ele, o tema ambiental é cada vez mais estratégico para a sustentabilidade dos negócios. “Uma indústria mais sutentável, produtiva eficiente e, acima de tudo, mais competitiva, pode deixar grandes legados para a sociedade”, afirmou.

Conforme a diretora de Relações Institucionais, Mônica Messenberg, entre os avanços do Coema nos últimos anos está a interiorização dos debates com a criação de outros três conselhos e a participação de todas as federações de indústrias do país: o Coema Centro-Norte, Nordeste e Sul-Sudeste. “Entre os principais resultados dessa mudança, está o fortalecimento do diálogo entre as federações de indústria com o poder público local, o intercâmbio de boas práticas entre as federações e as diversas ações de integração entre as casas do Sistema Indústria”, disse.

O Coema, que completou neste ano 21 anos, trata de pautas que têm impacto nas operações das indústrias brasileiras. Entre os principais estão licenciamento e compensação ambiental, Código Florestal, escassez  e cobrança pelo uso da água, mudança do clima, energias renováveis e resíduos sólidos.

O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley Carneiro, destacou que a bem-sucedida experiência do Coema permitirá a integração a partir de agosto do Conselho Temático de Responsabilidade Social. “Precisamos pensar o futuro incluindo na visão empresarial temas sociais, como inclusão, paz e justiça, pois a sustentabilidade abrange tudo isso e tem forte correlação com negócios e economia”, ressaltou. “O que temos discutido no passado e no presente pode não fazer qualquer sentido daqui a 20 ou 30 anos e a lógica energética e de mercado de trabalho, por exemplo, será completamente diferente.”

PARCERIA – Para a presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Suely Araújo, a CNI tem evoluído nos debates de políticas ambientais e o Coema foi fundamental nesse processo. Ela reconhece que o Ibama, apesar de ter desenvolvido em mecanismos de comando e controle, precisa avançar na criação de instrumentos econômicos que estimulem a conservação ambiental, como áreas de concessão e manejo florestal. “Com certeza, a indústria é parceira fundamental nesse desafio”, destacou.

O senador Jorge Viana (PT-AC) tratou da importância do engajamento do setor industrial nos avanços da agenda ambiental nos últimos anos. Ele alertou, no entanto, que há riscos de retrocessos, sobretudo, com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e, por isso, a CNI precisa estar ainda mais presente nas Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COPs). “Isso fragiliza o sistema, deixando todos os acordos assinados pelos demais países mais fracos, já que a maior economia do planeta não deseja o compromisso com a redução das emissões de gases de efeito estufa”, disse. “Esse deve ser um tema importante da pauta da COP-23, que será realizada em Bonn, na Alemanha.”

Na reunião, o diretor do Departamento de Políticas em Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, José Domingos Gonzalez, falou sobre perspectivas para Implementação da Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). O superintendente de Implementação de Programas e Projetos da Agência Nacional de Águas (ANA), Ricardo Andrade, apresentou oportunidades do 8º Fórum Mundial da Água, que ocorre em 2018 no Brasil, para o setor de negócios.

Também estiveram presentes na 100ª reunião do COEMA Gisela Farattini, diretora da ANA, e Olavo de Andrade Lima Neto, secretário Nacional de Saneamento Ambiental Substituto.

CONFIRA DEPOIMENTOS DE CONSELHEIROS DO COEMA SOBRE A IMPORTÂNCIA DESSE FÓRUM DE DIÁLOGO PARA O SETOR INDUSTRIAL:

Adelaide de Oliveira

Adelaide de Fátima Gonçalves de Oliveira - vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC)

“Dedico-me à área ambiental há mais de 20 anos e vejo o quanto estamos adiantados e ganhando espaço, força e conhecimento por meio da atuação do Coema. Temos participado de debates com grandes especialistas da área ambiental. Esse conhecimento adquirido permite que a FIEAC seja cada vez mais reconhecida nos fóruns em que participa.”

José Lourival Magri

José Lourival Magri – Presidente da Câmara de Qualidade Ambiental na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC)

“O Coema Nacional tem um papel muito importante, que é ouvir e acolher a diversidade de realidades e de culturas do Brasil. É um fórum capaz de reunir opiniões diferentes e de todos se expressarem a fim de construir consensos do setor industrial em nível nacional sobre políticas ambientais. Além disso, articula para fazer com que a legislação brasileira leve em consideração as diversas realidades regionais.”

Mário William


Mário William – Diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Cimento Portland

“Entre as pautas estratégicas abordadas pelo Coema nos últimos anos está a questão da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Com o auxílio do conselho, a CNI está dando um grande apoio na construção desse marco legal, que permite, entre outras questões, o tratamento térmico dos resíduos sólidos urbanos.”

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