“Parece mágica esse lugar. Tem uma sala que você enxerga tudo de uma cor só e depois você ilumina e vê as cores reais. Como pode? Não imaginava que museu tinha dessas coisas”, explica Gabriel Cotts, de 19 anos, estudante do 3º ano do ensino médio do CEM 1 do Riacho Fundo, Distrito Federal.
É a segunda vez que ele vai ao museu e mesmo assim o entusiasmo se mantém. Para Gabriel, o SESI Lab é lugar de ter ideias. Ele quer trabalhar com design gráfico no futuro e conta que visitar o museu traz inspirações para pensar além do óbvio. “Por mim, viria aqui toda semana”.
O museu abre uma vez por mês para receber alunos que estudam a noite, desde turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) até universitários. A visita vai das 19h30 às 21h30. Na última terça-feira (27/8), o SESI Lab recebeu estudantes da escola bilíngue de Taguatinga, centro de ensino médio de São Sebastião, centro de ensino médio 1 do Riacho Fundo 1 e da faculdade CCI, de Samambaia.
Para a superintendente de Cultura do SESI, Cláudia Ramalho, essa é uma oportunidade de aproximar o público adulto do museu e mostrar que é um espaço para toda as idades.
“O SESI Lab é um local que busca aguçar o olhar das pessoas para a importância da ciência e tecnologia, mostrar as possibilidades da inovação e, principalmente, fazer todos se sentirem pertencentes a este universo”.
Para a estudante do 1º ano do ensino médio do CEM 1 do Riacho Fundo, Maria Eduarda Reis, de 16 anos, o SESI Lab é bem diferente do que ela imaginava. “É minha primeira vez aqui. Quando falaram que a gente iria para um museu imaginei que fosse um local para andar devagar, em fila e no máximo tirar fotos, quando na verdade estou me divertindo e conhecendo coisas que eu nem imaginava que existia”, conta.
Acessibilidade e educação juntas
Olhos atentos, mãos agitadas e muitos sorrisos: a turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da escola bilíngue de Taguatinga também marcou presença no SESI Lab. Essa é a única escola pública do Distrito Federal totalmente bilíngue, onde são oferecidas aulas em português e em libras.
O professor Roberto Jorge comemora a visita porque conta que é um espaço muito inclusivo para a comunidade surda. “Como os alunos podem tocar em todos os aparatos e tem diversas atividades mão na massa eles conseguem ter uma experiência muito rica onde realmente se sentem incluídos na programação”, explica.
Vandenildo Alves, de 54 anos, é um dos estudantes da escola bilíngue que foi até o museu.
O olhar de satisfação diante dos aparatos já mostrava a alegria em conhecer o espaço. “Eu achei o museu muito mais divertido do que eu imaginava. É tudo muito experimental e sensorial. Eu achava que museu falava só de história, mas aqui parece falar de futuro”.
Surdo desde o nascimento, ele conta que é raro os espaços terem a inclusão necessária para que ele consiga aproveitar plenamente o local, então comemora ter conhecido o SESI Lab e pensa em voltar outras vezes.
A educadora do museu Lua Cavalcante explica que tudo é pensado para gerar esse acolhimento. “Quando estamos apresentando o museu para pessoas com deficiência auditiva nós temos o cuidado de estimular que todos encostem nos aparatos, sintam vibrações, entendam os mecanismos... isso faz com que eles tenham uma experiência totalmente diferente com os atrativos e se sintam parte de toda atividade”.
Grupos e escolas interessadas na visitação precisam preencher um formulário. Na sequência uma equipe do museu entra em contato para agendamento, respeitando a ordem de inscrição.