Orgulho da capital de todos os brasileiros! O projeto arquitetônico do SESI Lab é o único projeto de Brasília na lista de indicados do 8º Prêmio Obra do Ano 2024, da ArchDaily Brasil, na categoria Arquitetura Cultural. Com revitalização assinada pelo renomado arquiteto Gustavo Penna, o museu 100% interativo está sediado em prédio tombado projetado por Oscar Niemeyer. Avançando para a segunda etapa da competição, o SESI Lab agora está entre os 15 finalistas para o prêmio e o público tem até quarta-feira (3) para votar e escolher os finalistas.
Considerada a plataforma online de arquitetura mais visitada do mundo, a ArchDaily realiza, pelo oitavo ano consecutivo, o único prêmio da arquitetura em língua portuguesa em que os vencedores são escolhidos por voto popular. Veterana na disputa, a GPA&A participa do concurso, desta vez, somente com o SESI Lab. Outros 29 projetos brasileiros estavam concorrendo na mesma categoria e apenas 15 seguem para a fase final. O anúncio dos vencedores ocorrerá no dia 4 de abril.
“É muito emocionante saber que, em tão pouco tempo, o SESI Lab já é referência também pela sua arquitetura. E para isso o mais importante foi o olhar generoso do Gustavo Penna. Ele teve uma preocupação muito grande em contemplar o projeto original do Niemeyer, preservando as características do edifício, mas trazendo elementos modernos e de forma acessível”, destaca a superintendente de Cultura do Serviço Social da Indústria (SESI), Claudia Ramalho.
Há pouco mais de um ano, o Bloco A do Setor Cultural Sul se consolidou como hub de arte, ciência e tecnologia a partir de revitalização que virou referência nacional e internacional para arquitetos e urbanistas. O SESI Lab está no centro de Brasília, onde os eixos Monumental e Rodoviário se encontram exatamente no ponto central da “cruz” do Plano Piloto. À época da construção da capital do país, Oscar Niemeyer projetou espaço tão icônico e coube ao SESI ressignificar a utilização do prédio para abrigar o museu em formato inédito no Brasil.
O arquiteto mineiro, com 50 anos de carreira, integra o conselho curador da Fundação Oscar Niemeyer e é reconhecido internacionalmente por suas obras, como a Expominas e o Memorial da Imigração Japonesa, em Belo Horizonte, o Museu de Congonhas, em São Paulo e o Monumento à Liberdade de Imprensa. “No SESI Lab, fizemos uma ressignificação do lugar. E o que mais me animou foi termos podido dar a esse prédio um valor que ele ainda não tinha demonstrado para Brasília, em uma nova função, a de articulação cultural e social”, comenta Penna.
Um prédio no cruzamento de Brasília que abriu caminhos do conhecimento
De forma geral, as características originais do imóvel foram preservadas, tanto na volumetria geral e fachadas, como na configuração da cobertura com pilares e vigas. Na intervenção realizada em 2014 para implantação do terminal rodoviário, foi acrescida uma cobertura metálica e houve alteração no piso do pavimento térreo para criação de plataformas de embarque e desembarque de passageiros.
Também foram alterados o desenho das vias de acesso e dos canteiros, com criação de área de manobras e estacionamento para ônibus, descaracterizando o desenho original do paisagismo, com suas formas orgânicas, além da supressão de diversas árvores.
“O desafio maior foi partir de uma estrutura de concreto, com vãos definidos e nervuras que formam o grande caminho do projeto, com seu ritmo de sombras. O prédio não sofreu alterações no que ele tem de emblemático e demos a ele permeabilidade, superfícies absorventes, luminotécnica, conforto térmico e uso das plantas do cerrado no paisagismo”, explica o arquiteto. “O edifício foi feito pelo Oscar Niemeyer na época da fundação de Brasília, mas ele continua gerando valores para o futuro”, comenta.
A transparência é um dos recursos mais utilizados nessa mudança. As paredes de vidro geram um trânsito de olhares: quem passa por fora, consegue ver as galerias internas, e quem está dentro, pode avistar a Esplanada dos Ministérios. O prédio é ressignificado na medida em que resgata e alcança uma nova função na cidade, a de ser um espaço de articulação cultural e científica.
A escolha do endereço para a implantação do SESI Lab respaldou-se por uma série de fatores, como: a importância histórica e arquitetônica do bem cultural no contexto de Brasília; a localização estratégica e central que facilita o fluxo de visitantes numa região onde circulam cerca de 600 mil pessoas por dia.
Além disso, foram consideradas características arquitetônicas do edifício, um grande pavilhão moderno, com estrutura independente dos fechamentos, que permite grande espaços internos e ampla flexibilidade de usos.
Um bem cultural tombado e de múltiplos usos
Desde 2007, o edifício é um bem cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), inscrito no Livro do Tombo de Belas Artes nº 731. Além do tombamento individual, o prédio foi inserido no perímetro tombado do Conjunto Urbanístico de Brasília (CUB).
O projeto de arquitetura e restauro para a implantação do SESI Lab foi desenvolvido a partir de um primeiro plano conceitual concebido pelo SESI e o Exploratorium, em 2019. A intervenção proposta respeitou as características originais do edifício, tais como a planta livre, a transparência das fachadas, a conexão com as áreas externas e o grande avarandado que permite fazer do edifício um mirante privilegiado do centro da capital federal.
Experimentação, interatividade, ludicidade e inovação
Desde a inauguração, mais de 310 mil visitantes conheceram o museu 100% interativo. O icônico prédio projetado por Oscar Niemeyer na época da construção de Brasília se posicionou como reduto de arte, ciência, tecnologia e educação para todas as idades. O espaço é uma iniciativa do Serviço Social da Indústria (SESI), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), e promove a conexão entre ações artísticas, científicas e tecnológicas, em colaboração com a indústria e a sociedade.
O SESI Lab tem cerca de 8 mil metros quadrados de área construída dedicados a espaços expositivos, criativos e maker, salas interdisciplinares, um painel de LED com 84 metros quadrados, café e loja conceito. Somados aos 33 mil metros quadrados de área verde revitalizada, em parceria com o governo do Distrito Federal, com espécies nativas do Cerrado, instalações interativas e anfiteatro externo para shows, eventos e outras atividades culturais.
SESI LAB: arte, cultura, ciência e tecnologia
- Onde fica: Setor Cultural Sul - Brasília, DF
- Pontos de referência: Antigo edifício Touring Club, em frente ao Conic Brasília e ao lado da Plataforma Superior da Rodoviária do Plano Piloto.
- Horário de atendimento: terça a sexta-feira, das 9h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.
- Reserve seu ingresso em no site do SESI Lab.