Um mutirão de profissionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Minas Gerais e da indústria mineira está mobilizado para ajudar instituições de saúde que tenham respiradores mecânicos inutilizados por problemas técnicos.
No Centro de Inovação e Tecnologia SENAI (CIT/MG), cerca de 20 profissionais como engenheiros mecânicos, eletricistas e de automação, além de vários técnicos, todos com conhecimento em equipamentos eletroeletrônicos, estão dedicados a essa missão.
Cerca de 160 respiradores foram enviados ao CIT e mais de 60 já foram devolvidos ao local de origem e estão prontos para atender pacientes da covid-19.
De acordo com o gerente de Inovação e Tecnologia do SENAI/MG, André Zanatta, com a ajuda das empresas, a equipe conseguiu aumentar a força de trabalho para realizar a manutenção dos respiradores. “Com o apoio da iniciativa privada, conseguimos fazer dois turnos, dobrando nossa capacidade. Temos aqui empresas que nos ajudam na manutenção dos aparelhos e que nos trouxeram um conhecimento sobre os respiradores que nós não tínhamos, complementando esse trabalho”, afirma.
Além disso, Zanatta destaca a importância de contar com o conhecimento de empresas que já atuam na manutenção dos respiradores. “Outra forma de apoio que estamos recebendo é o contato com vários fornecedores e representantes de marcas de equipamentos. Isso nos ajuda a acelerar o tempo de manutenção e a quantidade de equipamentos consertados”, explicou.
Uma das empresas parceiras da iniciativa é a ArcelorMittal que participa do projeto disponibilizando mão de obra e adquirindo peças. Funcionários da empresa foram preparados para o novo desafio e com atuação em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
“Fizemos treinamentos online com a equipe do SENAI da Bahia e também com a empresa parceira ACLIN”, conta o gerente de Desenvolvimento de Produtos, Alexandre Caldeira.
Para Caldeira, unir esforços é o diferencial da equipe que está a todo vapor recuperando os respiradores. “O segredo do sucesso é a união para encontrar as soluções para os gargalos que encontramos. Temos uma relação de longa data e de muita confiança com o SENAI”, celebra.
A Soluções Usiminas também une esforços ao SENAI. Para contribuir com a ação, a empresa disponibilizou voluntários técnicos em eletrônica. “Nossos profissionais passaram a integrar uma equipe que já recuperou dezenas de respiradores e impressoras 3D, que estão sendo encaminhados para hospitais de todo o país”, conta o diretor Industrial da Usiminas, Djalma Barros.
Experiência que faz a diferença
A empresa Medical Hosp, com experiência técnica na área de ventilação mecânica está contribuindo para aumentar a capacidade de consertos e salvar mais vidas. "Disponibilizamos nossa equipe para ir ao SENAI e também na Fiat Chrysler Automobiles (FCA), outro ponto de manutenção, com o objetivo de auxiliar na restauração desses aparelhos. O trabalho é totalmente voluntário e não será cobrado nenhum tipo de mão de obra. Acredito que o momento pede união dos setores público e privado para a resolução do problema", pontuou o diretor da Medical Hosp, José Hilton.
Importante parceira no treinamento dos profissionais envolvidos na reparação dos aparelhos, a Aclin oferece suporte, analisa a calibração e acompanha o diagnóstico dos ventiladores pulmonares ao chegarem para a manutenção e no teste de controle de qualidade antes de retornarem ao uso. “Além disso, organizamos um grupo que mantém contato constante para responder dúvidas, trocar informações técnicas e ajudar na pesquisa e busca de soluções”, contou o CEO da Aclin, Daniel Moura.
Reunindo voluntários
A Associação Mineira de Engenharia Clínica e Hospitalar (AMECH), realizou uma convocação aos associados para ajudar, de maneira voluntária, na manutenção ou no fornecimento de peças.
“Os profissionais podem participar respondendo a um questionário em nosso site, com os dados e a experiência. Este questionário é enviado ao SENAI, que faz uma triagem dos candidatos potenciais e também das empresas fornecedoras de peças. Estamos assessorando tecnicamente o SENAI e a FCA nas demandas enviadas neste importante trabalho conjunto”, contou o presidente da AMECH, Alexandre Noronha Chacon.
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