O conselheiro-geral do comércio americano, Tim Reif, está em Brasília, nesta terça-feira (17), para debater com empresários e técnicos da Confederação Nacional da Indústria (CNI)como os Estados Unidos derrubam barreiras e abrem mercado para os produtos, serviços e investimentos americanos no exterior. Reif coordena o time de advogados do Ministério do Comércio Americano - USTR, na sigla em inglês –, que, em 2012, foi designado pelo presidente Barack Obama como órgão coordenador de uma força tarefa voltada à eliminação de barreiras e que conta até mesmo com apoio de agentes da CIA.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) iniciou um levantamento com as 18 maiores associações setoriais sobre as barreiras ao comércio e ao investimento nos principais mercados importadores do Brasil. Entre eles, estão Argentina, China, Estados Unidos, Japão e União Europeia. Dessa forma, a CNI busca mais um instrumento para acessar mercados externos e ampliar a competitividade do setor produtivo.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, explica que os países desenvolvidos mantêm um sistema informatizado das barreiras, mas esse monitoramento não existe de forma sistemática e integrada nas economias emergentes. “Até agora deixamos passar uma grande oportunidade de acessar integralmente os mercados, pelo fato de não derrubarmos essas barreiras não-tarifárias”, diz Abijaodi.
Entre as barreiras mapeadas, constatou-se que, para entrar no Japão, o suco de laranja brasileiro paga entre 24% e 25,5%, o maior imposto de importação dentre os países produtores. Em outros exemplos, os Estados Unidos limitam por meio de cotas a quantidade de leite condensado importada do Brasil e as máquinas e equipamentos médico-hospitalares são obrigadas a se adaptar aos regulamentos chineses para entrar na China, o que se torna oneroso para o exportador, pois a China mantém exigências acima dos padrões internacionais, como forma de barreira.
No entanto, ainda há dezenas de barreiras desconhecidas. A CNI entende que, com dados concretos em mãos, o governo brasileiro terá um maior poder de barganha com outros governos, podendo negociar desde a derrubada pontual de barreiras ao comércio até acordos de livre comércio. Também será mais fácil defender o interesse da indústria na Organização Mundial do Comércio (OMC).