Encontro Brasil-Alemanha discute oportunidades e gargalos na infraestrutura brasileira

O EEBA 2018 acontece em Colônia, na Alemanha. Empresários brasileiros e presidentes de federações das indústrias participam do evento

O presidente da FIESC, Glauco Côrte, apresentou a matriz elétrica brasileira, composta basicamente por usinas hidrelétricas, gás natural, biomassa e energia eólica

As necessidades de aportes em infraestrutura são muito maiores do que a disponibilidade do governo. A constatação é do diretor de Parcerias do Ministério de Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA), Fabio Lavor Teixeira, que apresentou um panorama do setor no fórum “Infraestrutura e energia: Privatização e novas tecnologias em energias renováveis”, no 36º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA).

O setor, porém, tem passado por mudanças para fortalecer o papel do setor privado na viabilização de aportes. Segundo Teixeira, 13 aeroportos estão em processo de audiência pública, com oportunidades para atores internacionais, enquanto o setor de portos possui uma pipeline bem desenhada de licitações de terminais portuários, como o de Santos (SP) e o do Recife (PE). O setor de ferrovias está sendo destravado, disse Teixeira, com a perspectiva de novas licitações, de discussões dos contratos atuais, e da elaboração de um marco regulatório bem definido.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Glauco Côrte, apresentou a matriz elétrica brasileira, composta basicamente por usinas hidrelétricas, gás natural, biomassa e energia eólica. “O consumo per capita de energia no Brasil é quatro vezes menor do que na Alemanha. Portanto, é um espaço muito grande para novos investimentos e aumento de capacidade”, disse Côrte, que também falou sobre a privatização da Eletrobras e o Programa Indústria Solar, que incentiva a geração de energia solar em Santa Catarina.

Para a membro do conselho de administração da Sociedade Alemã de Desenvolvimento e Investimento (DEG), Christiane Laibach, a privatização da Eletrobras é um sinal positivo de que o Brasil tem buscado resolver gargalos. Outra necessidade apontada por Laibach é a definição de marcos regulatórios para mitigar riscos e atrair investidores.

Já o chefe para a América do Sul da DB Engineering & Consulting, Oliver Pietz, defendeu a ampliação do tempo de concessões, dos atuais 25 anos para o mínimo de 50 anos. No setor ferroviário, Pietz apontou a importância do direito de passagem, ou seja, o acesso a redes ferroviárias operadas por outras empresas. “Sem o acesso a essas linhas não há modelo de negócios”, disse.

Ainda sobre o setor ferroviário, Andreas Facco Bonetti, da Siemens Brasil, espera que sejam adotadas linhas movidas a energia, ao invés do diesel. “O Brasil precisa entender a necessidade da eletrificação, uma tecnologia moderna que possibilita o desenvolvimento do país”, disse. Já o CEO da Rhenus Air & Ocean Europe e Américas, Jörn Schmersahl, afirmou que a Alemanha pode contribuir com o conhecimento em transporte e logística. Um exemplo de oportunidade é o fato de que 40% dos caminhões trafegam sem cargas no Brasil, disse Schmersahl.

EEBA – O 36º Encontro Econômico Brasil Alemanha (EEBA) é organizado pela Confederação Nacional da Indúsria (CNI) e pela BDI, com apoio da Prefeitura de Colônia e da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo). O evento ocorre de forma intercalada entre os dois países. A edição de 2019 será no Rio Grande do Norte, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN).

Neste ano, cerca de 260 participantes brasileiros estão em Colônia. A delegação empresarial brasileira é liderada pelo vice-presidente da CNI Paulo Tigre e conta também com a participação dos presidentes das federações estaduais das indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales de Araújo; de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte; do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Petry; de Roraima (FIER), Rivaldo Neves; do Maranhão (FIEM), Edílson Baldez; e de Minas Gerais (FIEMG), Flavio Roscoe. Integram ainda a comitiva o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, e os diretores regionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina.

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